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Cultura

Equilíbrio artístico

De volta ao ar em “A Força do Querer”, Bruna Linzmeyer alia idealismo e pretensões artísticas

Por Caroline Borges_Tv Press

04 de fevereiro de 2021, às 07h17

Bruna Linzmeyer tem uma cabeça fervilhante de ideias e posicionamentos. Por isso mesmo, a trajetória artística é tão confortável para a atriz de 28 anos. Ao longo de seus projetos, Bruna foi descobrindo que há muito mais nas histórias que conta e retrata.

Sem querer ser apenas mera espectadora, a atriz, que voltou ao ar na edição especial de “A Força do Querer”, tem procurado carregar de simbolismos e representatividade seus futuros projetos. “É importante que possamos construir nossas próprias narrativas, termos poder de decisão em projetos. Quero assistir e participar de histórias contadas por pessoas que tenham perspectivas diversas sobre o mundo. Essas histórias me interessam tanto como espectadora quanto como artista e atriz”, explica Bruna, que vive a intensa Cibele na trama de Gloria Perez.

No enredo das nove, Cibele é ex-noiva de Ruy, papel de Fiuk, e sonhava com um casamento perfeito. Porém, fica profundamente decepcionada quando descobre que o noivo se envolveu com Ritinha, papel de Isis Valverde.

Após o casamento entre Ruy e Ritinha, ela não descansa até acabar com a união dos dois, revelando que o filho de Ritinha não é do ex-noivo. Durante o projeto, Bruna teve a chance de contracenar com nomes, como Edson Celulari e Maria Fernanda Cândido, que viveram Dantas e Joyce.

“Me lembro muito das amizades. Nessa novela fiz amizades muito profundas e outras muito carinhosas, foi muito importante para mim naquela época e são pessoas que estão presentes no meu cotidiano até hoje”, valoriza.

Bruna estreou na tevê na série “Afinal, o Que Querem as Mulheres”, de 2010 – Foto: Divulgação – Bruna Castanheiras

Como você recebeu a notícia da escolha da reprise de “A Força do Querer”?
Bruna Linzmeyer Amei! Nunca tive essa experiência de uma reprise. Não imaginava uma reprise da novela tão cedo, então estou adorando acompanhar a novela no ar de novo. E a Cibele é contraditória, não é?

Como assim?
Bruna Ela é alguém que foi muito enganada e manipulada pelo namorado e que nessa mágoa, às vezes, faz coisas que confrontam a moral daquela família, mas outras que beiram uma falta de ética também. Mas ela tem seu charme e seu carisma (risos). Então, vejo pessoas torcendo contra e a favor. É alguém que divide bastante as opiniões.

“A Força do Querer” é a sua primeira novela que é reprisada. Você tem o costume de acompanhar seus trabalhos no ar?
Bruna Sim, costumo ver quando as novelas estão sendo exibidas. Considero isso uma parte importante do meu trabalho. Entender a dinâmica dos outros núcleos, perceber como o trabalho de pós – edição das cenas e inclusão da trilha sonora, principalmente – estão conduzindo a narrativa. Além de me divertir assistindo. Agora, durante a reprise, tenho acompanhado a movimentação das redes e algumas cenas específicas revejo, que são cenas que gostei de fazer.

Tem alguma cena específica que você queira rever?
Bruna Na verdade, a sequência que eu queria ver já foi ao ar. Adoro a cena que culmina na pichação do vestido e na curtição da festa paga de casamento cancelada. Tudo isso com direito a vídeo bêbada para o Ruy (Fiuk).

Qual foi a importância de “A Força do Querer” na sua trajetória profissional?
Bruna Acho que foi uma emoção especial trabalhar com a Gloria Perez, porque eu sou muito fã das novelas dela, especialmente de “O Clone”, que lembro muito de assistir e ser bem marcante para mim. Depois, a Cibele tem um quê paradoxal de ser mimada, mas ter razão. Tanta razão que perdia ela (risos). E isso foi muito bom de se trabalhar.

Como você tem lidado com esse período de pandemia?
Bruna Estou bem. Atravessei momentos mais difíceis, cuidei de pessoas próximas que precisaram de ajuda, mas estou atenta aos meus amores. Desejando que a gente consiga se cuidar e ter responsabilidade, individual e coletivamente.

Nos últimos anos, você tem revelado suas posições e visões políticas cada vez mais claramente. De que forma, você tenta aliar suas aspirações e ideais com seus projetos profissionais?
Bruna Há muitos anos costumo fomentar, nos projetos que participo, que mais mulheres, pessoas racializadas tenham cargos de liderança. É importante que possamos construir nossas próprias narrativas, termos poder de decisão em projetos. Quero assistir e participar de histórias contadas por pessoas que tenham perspectivas diversas sobre o mundo. E as histórias não são somente contadas por quem as escreve e dirige, quem está operando a câmera tem uma interferência altíssima na relação do set, quem constrói o figurino, a fotografia, quem vai editar esse trabalho depois de filmado ou fotografado.

De que forma você busca concretizar esses projetos?
Bruna É no dia a dia e em decisões, que muitas vezes parecem simples, que construímos uma sociedade menos reguladora e normativa. É no dia a dia que construímos nossa liberdade e nossos amores. Essas histórias me interessam tanto como espectadora quanto como artista e atriz.

Com uma voz ativa

Bruna Linzmeyer não precisou de muito tempo para compreender que sua voz tinha um alcance considerável. E, durante esse período de isolamento social, a atriz de 28 anos enxergou nas suas redes sociais como uma forma de manter uma comunicação aberta com o público. Assim como outros artistas, ela virou adepta das “lives”, carinhosamente chamadas por ela de TV Linz. Além disso, também abriu espaço para criar o Brindr, uma reprodução dos aplicativos de namoro através de sua conta no Instagram, que reúne dois milhões de seguidores.

“Tudo que eu faço, até os posts de bichinhos fofinhos, tem um pensamento e um carinho por trás. O Brindr é uma construção coletiva, ele não é só meu, ele é de quem me segue também, pois o roteiro é construído a partir dessa interação, e esse diálogo me alimenta muito. Além de ser uma farra, eu me divirto fazendo, é um lindo exercício de criatividade e diversão”, valoriza.

Ao longo dos últimos meses, Bruna tem criado vínculos interessantes com o público que a segue nas redes sociais. A atriz tem ficado cada vez mais curiosa por histórias diversas que tem encontrado em seus projetos online.

“Não acredito em um ‘não posicionamento’. Não se posicionar é um posicionamento. Tenho encontrado e construído uma relação de carinho com as pessoas que me acompanham, acredito no afeto e na diversão como formas bem poderosas de deslocamento. De a gente se perguntar algumas coisas. Me interesso em perguntas”, analisa.

De olho no futuro
De folga das novelas desde o fim de “O Sétimo Guardião”, Bruna renovou seu contrato com a Globo. A atriz segue exclusiva do canal por mais três anos, porém, por enquanto, ela prefere despistar sobre novos projetos no vídeo. “Estamos conversando sobre alguns projetos futuros, mas nada que eu possa falar ainda. Mas desejo ter novidades em breve”, desconversa.

Recentemente, Bruna aproveitou seu período fora do vídeo para viajar para Corupá, sua cidade natal no interior de Santa Catarina. Por lá, ela fez uma extensa pesquisa para seu novo filme. “Estou escrevendo o roteiro de um longa, uma história de amor, que será filmado lá. Além disso, escrevi o roteiro de um curta em animação chamado ‘Tomate-Canoa’ com a minha namorada Marta Supernova. Está em fase de captação e planejamos filmar neste ano”, aponta.

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