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Ponto de vista

‘É de casa’: 5 horas no ar que dividem opiniões

Novas integrantes e foco em saúde não justificam a longuíssima duração do matutino "É de Casa"

Por TV Press

11 de junho de 2020, às 18h17

Por muitos anos, as manhãs de sábado da Globo tiveram um tom institucional. Sem a necessidade de grandes resultados de audiência, programas antológicos como “Globo Ciência” e “Globo Ecologia” fizeram história e antecediam a faixa de produções voltadas para o público infantil.

Nos últimos anos, a programação voltada aos pequenos foi desativada, mas as institucionais continuaram com seu lugar garantido no “Como Será?”, que chegou ao fim em dezembro do ano passado.

Fernanda Gentil foi para o entretenimento na esperança de ampliar seu público – Foto: Divulgação / TV Globo

Sem crianças ou produções da Fundação Roberto Marinho, o caminho ficou livre para uma expansão total do eclético “É de Casa”, que agora fica no ar por absurdas cinco horas seguidas, das sete ao meio-dia.

Lançado em 2015 sob a direção de Boninho, o programa tinha o objetivo de dar função aos apresentadores que ficaram parados entre as temporadas de suas produções.

No comando, se revezavam Zeca Camargo, Patrícia Poeta, Ana Furtado, André Marques, Cissa Guimarães e Tiago Leifert, que conduziam os quadros e faziam o possível para manter a unidade artística da produção.

O programa ganhou novos contornos neste 2020 marcado pela pandemia de coronavírus. Com destaque para a entrada de quadros jornalísticos focados na saúde e, especialmente, a saída de Zeca Camargo, que não teve o contrato renovado pela emissora após 24 anos de vínculo.

A verdade é que Zeca nunca realmente se adaptou ao formato do “É de Casa”. Jornalista ligado ao mundo da cultura “pop”, teve seus momentos de glória à frente de produções como “No Limite” e “Fantástico”.

Porém, desde que fez a transição da área de Jornalismo para o setor de entretenimento da Globo, com uma versão fracassada do finado “Vídeo Show”. Além de não emplacar em nenhum projeto de destaque, acabou por mostrar que era facilmente substituível.

SUBSTITUIÇÃO
No “É de Casa”, inclusive, seu lugar foi tomado por uma colega de trabalho que vem tendo dificuldades em fazer a mesma “passagem”: Fernanda Gentil. Destaque na editoria de Esportes da emissora, Fernanda foi para o entretenimento na esperança de ampliar seu público. Acabou “caindo” no dispensável “Se Joga”, programa vespertino que saiu do ar por conta da pandemia e dificilmente voltará à grade quando tudo passar.

No quadro “Mundo Gentil”, Fernanda surge despretensiosa e faz rir a partir da “batida” mistura de pautas cotidianas e memes da internet, numa participação bem mais digna e coerente com seu currículo que o mico diário que pagava na bancada do “Se Joga”.

Sempre autorreferente e de olho na boa repercussão da última edição do “Big Brother Brasil”, Boninho escalou a vencedora do “reality”, a médica Thelma Assis, para protagonizar o quadro “Fique em Casa”, onde mostra histórias de superação e discute pautas sociais importantes ligadas à medicina.

Com carisma e naturalidade à frente das câmeras, Thelma é uma grata surpresa nesta nova postura do programa, que investe em temas ligados à saúde e, inclusive, também conta com uma “pílula” do antigo “Bem Estar” que, além de fazer um “link” com os estúdios da emissora em São Paulo, também tira dúvidas comuns dos telespectadores.

Mesmo “atirando” para diversos lados, a experiência dos remanescentes André Marques, Ana Furtado, Patrícia Poeta e Cissa Guimarães com o formato fluido da produção dão uma certa unidade ao “É de Casa”, mas não diminuem a sensação de que o programa dura muito mais que o necessário.

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