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Homenagem

Roger Marza lança o disco ‘Maritacas Flow’

Músico e jornalista americanense lança trabalho feito em homenagem à mãe, a arquiteta Joana Peressioto, que faleceu em outubro desse ano

Por Marina Zanaki

26 de novembro de 2021, às 10h14

O jornalista e músico americanense Roger Marza vai lançar o disco “Maritacas Flow” em homenagem à sua mãe, a arquiteta e urbanista Joana Peressinoto, que faleceu em 4 de outubro em decorrência de um câncer no pâncreas.

Arquiteta Joana Perissinotto faleceu em outubro – Foto: Arquivo Pessoal / Divulgação

Seu segundo álbum mescla improvisações de saxofone, tratamento digital e gravações de paisagens sonoras feitas por cientistas e pelo músico – em uma delas, Roger captou andorinhas na casa de Joana, no Jardim São Pedro.
O lançamento oficial do disco será em dezembro, mas neste sábado ele realiza às 18h o show online Natureza Sonora.

O link para assistir está nas redes sociais do artista, @roger.marza.

Paisagem sonora consiste na observação de sons de um ambiente com a finalidade de estudo científico, mas gravações desse processo podem ser usadas para composições artísticas, como foi o caso das músicas de “Maritacas Flow”.

O trabalho traz 10 improvisações livres com paisagens sonoras gravadas por Marza e por cientistas do Lacmam (Laboratório de Acústica e Meio Ambiente), da USP (Universidade de São Paulo).

“Enquanto cientistas buscam analisar os dados usando a razão, eu pego esse áudio e coloco emoção. Estou ajudando a divulgar um trabalho científico de forma artística”, acredita o músico.

Mas os sons do disco vão além de gravações para pesquisas e retratam paisagens emocionais. Roger registrou o canto de maritacas e cigarras no Parque Villa-Lobos, em São Paulo, cidade onde reside, e de andorinhas no apartamento onde a mãe morava, em Americana, durante uma visita feita no período em que ela já estava internada.

“Na manhã de domingo, estava linda a paisagem sonora do bairro, com várias andorinhas. A sacada do prédio dela estava sem lâmpada e uma andorinha fez ninho lá. Gravei o som, fiz uma improvisação e coloquei no YouTube. Graças a Deus minha mãe conseguiu ouvir”, conta o músico.

Roger Marza lança segundo álbum, e presta homenagem à mãe – Foto: Adriana Costa

A faixa se chama “São Pedro” e está disponível no canal do artista, o Rádio Marza. “Eu me emociono muito ouvindo essa música, porque me faz lembrar profundamente daquele dia, em que o sol nascia laranja no horizonte. A andorinha simboliza ressureição, amor, pureza, primavera e fertilidade. Vou me lembrar para sempre daquele momento e o quanto eu amava e amo minha mãe”, disse Roger.

As canções “Volta Prá Casa” e “Obaluaê Nanã” também foram criadas pensando na cura da mãe e no retorno dela para casa.

Digital

A música que dá nome ao álbum foi criada a partir do trabalho do artista sonoro Nicolau Centola e produzida por meio do tratamento digital da música “Maritaca no Coqueiro”, de Roger Marza.

Por um sistema baseado nas técnicas de tratamento de fitas magnéticas do belga Henri Pousseur, esse processo faz com que o arquivo digital tenha sua duração aumentada. “Maritaca no Coqueiro” tem dois minutos, mas “Maritacas Flow” soma 42 minutos. A música, assim como todo o disco, é um manifesto em defesa da natureza.

“Na época, estavam ocorrendo incêndios muito grandes na Amazônia e no Cerrado, e eu queria expressar minha tristeza pela devastação da floresta, então toquei pensando nisso”, lembra o músico.

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