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Cultura de Americana

Restauro da Estação Cultura é entregue em Americana

Orçada em R$ 800 mil, a reforma foi custeada por meio de parceria com a empresa Rumo Logística

Por Marina Zanaki

30 de novembro de 2021, às 12h25 • Última atualização em 01 de dezembro de 2021, às 12h17

Americana nasceu a partir de seus trilhos. Não é à toa que a cidade comemora seu aniversário na data de fundação do primeiro prédio da Estação Ferroviária, em 1875. Foi ali que os primeiros produtos agrícolas foram transportados e a vila alcançou dimensão de cidade. Transformado na Estação Cultura, o marco zero de Americana ganhou nesta terça-feira um novo capítulo.

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A Secretaria de Cultura e Turismo entregou o restauro do espaço, o primeiro desde a construção desse segundo prédio, em 1912. Orçada em R$ 800 mil, a reforma foi custeada por meio de parceria com a empresa Rumo Logística. A obra teve início em dezembro de 2019, na gestão do ex-prefeito Omar Najar.

Obra teve início em dezembro de 2019 e estava orçada em R$ 800 mil – Foto: Marcelo Rocha / O Liberal

“Não só como secretário, mas como americanense, tenho muita honra de entregar esse prédio para a população de Americana, por todos os projetos que teremos aqui”, destacou o Secretário de Cultura e Turismo, Fernando Giuliani.

A Estação Cultura vai contar com a Casa do Artesão, uma sala para cursos de violão e artesanato e um museu ferroviário. “Vamos ter também o Maracatu, além de grupos de rock que já faziam parte do espaço e que estarão voltando para a Estação no próximo ano”, disse Giuliani.

Restauro

Qualquer intervenção em patrimônios tombados deve respeitar as características originais e reproduzir as técnicas da época da construção. Além desse desafio, o engenheiro civil e restaurador Hebert Faustino, responsável pelo projeto, também precisou lidar com as condições do prédio. Ele listou infiltrações no telhado, presença de cupins e revestimento das paredes se soltando. “Quando tem manutenção degradada, o efeito complica a restauração”, explicou o engenheiro.

Seguindo os padrões arquitetônicos da época da construção, as paredes foram impermeabilizadas com cal que esteve descansando por seis anos. A pintura foi feita com tinta importada da Itália. Esses dois elementos garantem que as paredes possam respirar.

“É determinante para manter esse prédio por mais 50, 60 anos sem precisar de nova repintura. Se tiver uma boa conservação, chega fácil aos 100 anos”, disse o restaurador.

Orçada em R$ 800 mil, a reforma recuperou características originais do prédio – Foto: Marcelo Rocha / O Liberal

A obra consistiu na reconstrução do telhado, ripamento, forro, sistemas elétrico e hidráulico. As esquadrias foram refeitas, todas as janelas e portas danificadas foram recuperadas. Foi instalado projeto luminotécnico no interior e exterior. O piso foi tratado, o tom ocre foi devolvido às paredes, o relógio original e as icônicas placas de Americana foram recolocados.

Cultura

Presidente do Comcult (Conselho Municipal de Cultura), Karine Sallati também é batuqueira e fundadora do Maracatu Estação Quilombo, um dos primeiros grupos que devem retornar à Estação. Ela lembrou que o grupo ocupou o espaço desde sua fundação e foi o último a sair, quando caiu parte do telhado.

“É muito relevante pela visão histórica, tudo nasceu em volta da Estação. Para o Comcult é muito importante enquanto patrimônio”, disse Karine.

A inauguração contou com a presença do prefeito Chico Sardelli (PV) e do vice Odir Demarchi (PL). O ex-prefeito Omar Najar, representantes da empresa Rumo Logística e autoridades locais também participaram.

“Parte da história de Americana passa por esse local. No passado, muitos empresários despachavam suas mercadorias por aqui. Agora, o deputado federal Vanderlei Macris está em tratativas para que essa estação seja o ponto de partida de trens de passageiros até São Paulo”, comentou o Chico.

O presidente do Condepham, Diego Bernardo, afirmou que esse dia é bastante marcante. “O sonho do restauro começou com uma reunião no gabinete do então prefeito Omar Najar. Esse é um marco histórico, um divisor de águas, o primeiro de muitos outros prédios que pretendemos restaurar”.

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