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Cultura na região

Peça sobre o teatro na Semana de 22 é estreia de pesquisadora da Unicamp na literatura

No livro “O Dia Perdido”, os diálogos teatrais levam o leitor por uma ficção ambientada nos meses que antecederam o evento

Por Isabella Holouka

20 de abril de 2021, às 07h43

A autora Larissa de Oliveira Neves criou uma obra com personagens inspirados nos artistas envolvidos na preparação do evento - Foto: Divulgação

A peça de teatro “O Dia Perdido” é a estreia de Larissa de Oliveira Neves na literatura. A autora de Campinas criou uma obra de ficção ambientada nos meses que antecederam a Semana de Arte Moderna de 1922, evento que marcou profundamente a história artística e cultural brasileira e está prestes a completar cem anos.

A obra explora a dualidade estabelecida pela ausência e pela presença do teatro como expressão artística na programação da Semana de 22, reunindo personagens inspirados nos artistas que estiveram envolvidos na preparação do evento e que participaram ativamente do movimento cultural por ele representado.

Bem-humorado, o texto, baseado em diálogos, mostra a complexidade da nossa história teatral que, conforme ressalta Larissa, reverbera no fato de nenhuma peça ter sido encenada durante a Semana de 22, apesar de ter sido realizada no Teatro Municipal de São Paulo e ter contado com a participação de vários artistas que, depois daquele ano, acabaram se envolvendo com teatro de diferentes maneiras, segundo a autora.

“O enredo é uma tentativa frustrada de incluir uma peça de teatro na Semana de 22. Esses artistas tentam emplacar uma peça, e assim a história se desenvolve com as personagens, primeiro se empolgando com a ideia do teatro, depois tentando localizar um texto dramático que seja moderno e brasileiro, atendendo ao que a Semana propunha, e que pudesse ser encenado”, contou Larissa ao LIBERAL.

O livro marca a estreia da autora campineira na literatura – Foto: Divulgação

Na peça também aparecem artistas menos conhecidos pelo grande público, além de obras musicais, de artes plásticas e de literatura que fizeram parte da programação da Semana de 22.

No enredo ficcional, a autora insere ainda obras que não estiveram presentes no evento, mas que fazem parte do imaginário teatral do período e mostram que, sem estar na Semana, o teatro fez parte do momento histórico. Larissa de Oliveira Neves é professora de Dramaturgia, Teatro Brasileiro, Cultura Popular e Teoria do Teatro do Departamento de Artes Cênicas da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).

O livro “O Dia Perdido” foi contemplado em um edital voltado para a produção de obras sobre a Semana de Arte Moderna de 1922 do ProAC (Programa de Ação Cultural) da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo.

Além da publicação do livro, o projeto envolve a criação de uma leitura dramática de “O Dia Perdido”, que será apresentada em escolas públicas de Campinas juntamente com a realização de oficinas com a finalidade principal de trabalhar o contexto histórico da peça e estimular a leitura e a escrita de peças teatrais.

A leitura dramática será filmada, devido ao contexto de restrições em função da pandemia do novo coronavírus (Covid-19), com concepção e direção da atriz e dramaturga Mimi Tortorella, doutora em Artes da Cena pela Unicamp, em espaços formais e não formais.

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