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CÂMARA TEMÁTICA DE CULTURA

Novo coordenador, Evandro Félix defende que municípios caminhem juntos

Secretário de Cultura e Turismo de Santa Bárbara foi eleito para cargo na Agemcamp, que representa 20 municípios

Por Isabella Holouka

14 de março de 2021, às 09h06

Secretário Municipal de Cultura e Turismo de Santa Bárbara d’Oeste, Evandro Félix, foi eleito o novo coordenador da Câmara Temática de Cultura da Agemcamp (Agência Metropolitana de Campinas).

A Câmara é responsável pela definição de políticas públicas dos vinte municípios que integram a RMC (Região Metropolitana de Campinas) e reporta os seus interesses ao Conselho de Desenvolvimento da RMC, na busca por recursos do Fundocamp.

Formado em comunicação social, Evandro Félix é secretário em Santa Bárbara d’Oeste desde 2017 – Foto: Marcelo Rocha / O Liberal

Formado em comunicação social, com habilitação em publicidade e propaganda, Félix é secretário desde 2017 – assumiu a pasta aos 23 anos.

Em entrevista exclusiva ao LIBERAL, ele, que se define como “barbarense da gema” e também tem experiência como artista na cidade, conta como Santa Bárbara pode contribuir para a Câmara Temática de Cultura da Agemcamp.

LIBERAL: Quais são os planos e prioridades da Sectur neste mandato?

EVANDRO FÉLIX: O plano de trabalho para os próximos quatro anos vem pautado na continuidade das ações, sempre a inovação, de modo a identificar onde nós podemos levar mais cultura, desenvolver o nosso turismo e fazer com que Santa Bárbara continue seu modelo de ascensão.

A secretaria já vinha trabalhando em uma organização do fluxo do turismo e estudo de políticas culturais, que vão desde a formação até a oportunidade para os artistas, bem como a organização dos setores relacionados ao turismo, como é o caso do turismo gastronômico ou rural.

A Sectur trabalha na elaboração de políticas nesse sentido, para que elas sejam implementadas em curto, médio e longo prazo, visando resultados.

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LIBERAL: Qual é o papel da Câmara Temática de Cultura da Agemcamp? Quais são as principais demandas culturais dos 20 municípios por ela representados?

EVANDRO FÉLIX: A Câmara Temática de Cultura realizava anualmente, com recursos do Fundocamp, a Revirada Cultural. Esse evento tem a função de promover o intercâmbio entre artistas dos 20 municípios, e poderia acontecer em diversos formatos.

Considerando o atual momento de pandemia, já no ano de 2020, a Revirada foi suspensa, e em 2021 não há perspectivas da sua realização. Esta nova gestão da Câmara Temática de Cultura vai buscar elaborar um instrumento para que esse recurso seja administrado na manutenção de espaços culturais ou aquisição de equipamentos, para que o recurso seja direcionado, não para um evento, mas sim para uma melhoria, benfeitoria ou aquisição relacionada à cultura.

A Câmara temática também tem a função, não só de solicitar recursos ao Fundocamp, mas de desenvolver políticas públicas que beneficiem os 20 municípios que integram a RMC. Sabemos que somos uma região muito forte, composta por municípios de grande expressividade e muito importantes para o Estado de São Paulo.

Por esse motivo, esse conglomerado de municípios acaba tendo, sim, uma força política a nível estadual. É nesse sentido que a Câmara funciona também, de estreitar o diálogo com o poder federal, estadual e iniciativa privada.

LIBERAL: Quais são os desafios que as cidades enfrentam neste momento de pandemia na área cultural? Na sua opinião, como os municípios devem lidar com eles?

EVANDRO FÉLIX: Vem sendo muito difícil, de fato, a administração no momento pandêmico. Mas os municípios conseguiram se organizar e, já no ano passado, a Câmara Temática de Cultura foi importantíssima, serviu como um ambiente de diálogo e construção, onde os municípios puderam expor suas ideias de elaboração de instrumentos para que a lei fosse executada.

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E agora a Câmara também trabalha neste sentido. Estamos enfrentando, conforme anunciado pelo Governador João Dória, o momento mais restritivo. Teríamos que realizar até o final de abril todas as ações da Lei Aldir Blanc e agora ou essas realizações precisam ser transportadas para o meio online, ou teremos que pressionar o Ministério do Turismo para que haja uma prorrogação da realização das atividades.

É uma coisa que vem sendo discutida internamente, e também em outras frentes de trabalho a nível nacional, com secretários solicitando a prorrogação da Lei Aldir Blanc para até o final do ano. Acreditamos muito que a Lei precisa ter continuidade.

LIBERAL: Qual é a relevância, para Santa Bárbara d’Oeste, de seu secretário de cultura e turismo ser coordenador da Câmara?

EVANDRO FÉLIX: Acaba despontando uma certa relevância pelos serviços que foram já apresentados. Houve uma eleição para essa coordenação e felizmente eu contei com a confiança dos meus colegas secretários dos municípios que integram a Câmara.

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É muito válida essa oportunidade porque somos representantes de fala de outros 19 municípios. Santa Bárbara vem se esforçando ao longo dos anos para construir uma política pública consistente. Então, o trabalho que vem sendo realizado nos últimos anos acabou pesando nessa escolha.

É um desafio, afinal, você tem que estreitar o diálogo, e buscar com que os municípios caminhem juntos. Sabemos que cada um deles tem as suas próprias demandas, e quando falamos na coletividade, fica muito à critério do gestor público, do prefeito, ou da boa vontade do secretário em querer participar. Então eu vejo como um desafio a busca da união.

LIBERAL: Por outro lado, quais são as suas expectativas de contribuição para a Câmara, agora como coordenador, depois de anos de participação nas reuniões?

EVANDRO FÉLIX: Eu espero levar o que construímos de positivo em Santa Bárbara. Construímos instrumentos pautados pela lei que nos permitem contratar artistas e oficineiros, e muitas vezes as cidades encontram barreiras neste sentido.

Outro caso que é sempre motivo de discussão é como são estruturados os Conselhos Municipais. Hoje na Sectur nós temos três, o Conselho Municipal de Política Cultural, o Conselho Municipal de Defesa do Patrimônio Cultural da cidade, e o Conselho Municipal de Turismo. Muitas das cidades não têm isso estruturado, o que acaba sendo motivo de pauta e Santa Bárbara pode contribuir.

Outro sentido é a administração de fundos municipais. Santa Bárbara trabalha de uma maneira muito bem e sustentável com seu Conselho Municipal e Fundo Municipal, acaba sendo um ponto de destaque.

Até mesmo a elaboração de um Plano Municipal de Cultura. Santa Bárbara está no ponto de revisão do plano e algumas cidades não possuem nem plano, nem inventário, que na realidade ajudam o município a construir políticas públicas.

O Fórum de Cultura da RMC é um assunto que precisa ser trabalhado e voltar a ser discutido.

Um outro ponto que Santa Bárbara consegue fazer uso e também pode servir de ponto de análise para os municípios é um edital de patrocínio. Hoje o município possui uma regulamentação de patrocínio instituída por lei, que pode nos fazer receber doações de bens e serviços dando publicidade a desses doadores, na forma de patrocínio. E muitas cidades não sabem como administrar isso.

Então é uma forma de compartilhar a experiência de um case que deu muito certo, e as cidades podem se espelhar.

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