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Cultura na região

Filho de sanfoneiro tenta criar a primeira Orquestra Sanfônica de Americana

Intenção é reunir 20 pessoas para aprendizagem nos níveis iniciante, intermediário, amador ou profissional

Por Isabella Holouka

17 de janeiro de 2021, às 09h37 • Última atualização em 18 de janeiro de 2021, às 10h52

Leonor e Jose se uniram para propagar o ensino do acordeon na cidade - Foto: Ernesto Rodrigues - O Liberal

Filho do sanfoneiro Jose Reis Linguanoto, o americanense Jose Antonio Linguanoto, de 52 anos, guardou o instrumento do pai por quase duas décadas, até que há cerca de um ano e meio decidiu aprender a tocar.

“Hoje toco mais de 15 músicas, faço leitura de partitura, e estou me preparando para ensinar”, conta ao LIBERAL. “Precisamos levar isso adiante, ou pode morrer essa cultura. É um instrumento muito bonito e complexo, que me atraiu muito”.

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Justamente com a intenção de propagar o ensino do acordeon ele organiza a primeira Orquestra Sanfônica de Americana com a regente, maestrina e professora de música Leonor Gardon, campineira de 84 anos, formada no Conservatório Carlos Gomes de Campinas e afiliada à Ordem dos Músicos do Brasil desde 1981.

O projeto é embrionário, mas os ensaios já têm onde acontecer, inicialmente à distância, pela internet, e posteriormente com atividades presenciais.

“Por que não fazer uma orquestra local, ampliar para pessoas que não conhecem o instrumento, de todas as áreas da cidade? Comecei a buscar um local, falar com empresários amigos, e consegui o auditório da Fidam (Feira Industrial de Americana)”, conta Jose.

A intenção é reunir 20 pessoas para a prática do instrumento, independente do sexo e idade, para aprendizagem nos níveis iniciante, intermediário, amador ou profissional.

Agora, Jose se concentra na divulgação do projeto para conquistar participantes e doações para a compra de instrumentos. De acordo com ele, o preço de um acordeão pode variar entre R$ 2 mil e R$ 3,8 mil.

“Nossa previsão é iniciar as atividades em breve, mesmo que online, e assim que possível marcaremos apresentações”, adianta.

Jose e Leonor querem guiar os participantes da Orquestra Sanfônica pela música brasileira, resgatando quadrilhas e ritmos nordestinos como o xote, o xaxado, o baião e o forró.

Segundo a professora e maestrina Leonor Gardon, no projeto os estudantes irão aprender a ler partituras e aprofundar o conhecimento sobre a cultura musical, com estudos sobre a história da música e de artistas consagrados. Leonor é professora com longa experiência em Campinas, e atualmente vive em Americana.

“Eu comecei muito nova, com 9 anos. Aos 15 eu já dava aulas e nunca mais parei. Toquei em rádio, adoro tocar em circo, sempre gostei muito. Mas nasci para ensinar. Muitos forrozeiros já me procuraram, para aprender a tocar em suas bandas. Queremos dar aulas para crianças carentes, para pessoas idosas, a Orquestra é um projeto beneficente”, conta ela.

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MARIA BONITA. A divulgação do projeto de Linguanoto influenciou em outra iniciativa, desta vez impulsionada por Elisabete Almeida, professora de canto e técnica vocal da Escola Municipal de Música “Heitor Villa-lobos”, no CCL (Centro de Cultura e Lazer de Americana).

Ela inscreveu um projeto de educação integrada e de estímulo à formação musical de mulheres e meninas em um edital da ONU (Organização das Nações Unidas). “‘Maria Bonita’, caso contemplado, financiará a compra de sanfonas para a Orquestra Sanfônica de Jose, e em troca a nossa orquestra feminina poderá usar o auditório e terá a mesma maestrina”, explica.

Interessados em participar das atividades da Orquestra Sanfônica podem entrar em contato pelo WhatsApp (19) 99336-3401, ou pelo e-mail contato@sanfonicaamericana.com.br. O site do projeto é o www.sanfonicaamericana.com.br.

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