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Cultura na região

Exposição artística online é inspirada na vida de moradores de Hortolândia

Através da Lei Aldir Blanc, artista usou estamparia manual e tintas naturais para criar painéis; exposição virtual continua através de site

Por Isabella Holouka

06 de junho de 2021, às 07h47 • Última atualização em 06 de junho de 2021, às 07h48

Utilizar a arte para despertar nas pessoas a empatia pelo próximo. É com esta premissa que o projeto “Passadeira – Pintando tramas sobre seres e espaço” estreou uma exposição artística online na última sexta-feira (28). O trabalho foi disponibilizado no site www.ateliergabicastilho.com.br.

O projeto é um dos contemplados em Hortolândia com recursos da lei federal Aldir Blanc, que ofereceu subsídio para agentes artísticos e culturais afetados pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19).

Internacionalista e produtora cultural, a paulistana Gabriela Castilho Guimarães é a criadora do projeto e se inspirou na própria experiência como recém-moradora de Hortolândia, desde 2018.

Com base em entrevistas que realizou com outras quatro pessoas, que assim como ela migraram para a cidade, ela produziu quatro painéis em algodão, com formato retangular, estampados com tintas naturais, vegetais e minerais. O nome do projeto faz referência à passadeira, que é um tipo de tapete longo e estreito usado para cobrir escadas e corredores, e também uma trilha com pedras para se atravessar um rio.

 Internacionalista e produtora cultural, a paulistana Gabriela Castilho Guimarães é a criadora do projeto – Foto: Divulgação

Para criar os trabalhos, a artista usou a técnica de estamparia manual chamada “block printing” (pintura com blocos, na tradução para o português), parecida com a xilogravura, com carimbos feitos com madeira entalhada. Tanto os carimbos quanto as tintas naturais foram desenvolvidos pela própria artista.

“Eu procurei pessoas que tivessem em comum comigo e entre elas o fato de terem nascido em outros lugares, cidades, estados e, em algum momento das suas vidas, por razões diversas, passaram a viver na cidade”, explicou Gabriela, que definiu a representação das personagens e histórias em estampas como o maior desafio do projeto.

A artista escolheu quatro pessoas representantes de minorias e vítimas de preconceito: uma mulher transexual, uma mulher homossexual e duas pessoas negras. “São pessoas cujas vozes precisam ser ouvidas”, ressaltou a artista em nota divulgada à imprensa.

Por meio do projeto, Gabriela propõe ao público uma reflexão sobre os motivos que levam as pessoas a se deslocarem e do que as faz sentir pertencentes a um lugar ou uma comunidade.

“Parti de uma experiência minha para olhar para outras pessoas, de outras vivências, contribuindo para criar um ambiente onde o olhar para o outro tenha mais carinho e empatia”, afirmou à reportagem.

“Ao chegar em um lugar novo, que as pessoas sejam melhor recebidas. Hortolândia é uma cidade que está crescendo muito, comunidades estrangeiras chegam recentemente na cidade, e eu acho que elas precisam ser vistas e ouvidas”, completou.

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