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Outra face

Escritor de Campinas lança livro que aborda o outro lado da psicopatia

A outra face dos psicopatas é abordada no livro “Legado de História e Imaginação”, do advogado Arthur Santileone

Por Marina Zanaki

18 de janeiro de 2022, às 09h23

O Brasil pode ter entre 2 e 4 milhões de psicopatas, segundo artigo publicado no Jornal da USP Universidade de São Paulo) e vários estudos acadêmicos. A estimativa é assustadora, já que o imaginário popular associou a psicopatia a assassinos em série.

Mas o Transtorno da Personalidade Antissocial, nome clínico da psicopatia, é muito mais amplo. A outra face dos psicopatas é abordada no livro “Legado de História e Imaginação”.

Lançada no final do ano passado pelo advogado Arthur Santileone, a obra acompanha dois psicopatas. Um deles tem um grau elevado do transtorno e encarna a psicopatia como é conhecida popularmente – egoísmo, manipulação, sede de poder e capacidade de cometer crimes sem sentir culpa. Mas o outro personagem é um psicopata com nível leve.

“Ele não entende sua condição, está confuso”, revelou o autor ao LIBERAL.

O advogado e escritor Arthur Santileone escreveu o livro no formato de roteiro para o cinema – Foto: Divulgação

Arthur mergulhou no assunto para seu trabalho de conclusão de curso da faculdade de Direito. A pesquisa se transformou no livro “Direito Penal Brasileiro e a Psicologia Jurídica: uma análise sobre os casos de psicopatia”, mas não se esgotou ali. O escritor, que também é ator, usou a ficção para falar sobre o assunto, criando os personagens Renan e Ozias, protagonistas de “Legado de Imaginação e História”.

As causas da psicopatia são diversas, mas a ciência já sabe que fatores genéticos e cerebrais predispõem alguns indivíduos ao transtorno. Aspectos ambientais, como as relações familiares na infância e traumas, podem ser decisivos na forma como o transtorno vai se manifestar.

“Há casos de pessoas com cérebro de psicopatas, mas que não são assassinos ou estupradores, estão vivendo normalmente em sociedade. Isso acontece porque o ambiente não foi disfuncional, teve segurança e acolhimento. O ambiente pode moldar se vai ser um psicopata leve, moderado ou grave”, defende Arthur.

Mesmo assim, essas pessoas com o transtorno podem apresentar comportamentos como falta de empatia, egoísmo e manipulação. No livro, Arthur opta pela ambiguidade em seu personagem com transtorno leve.

“No final da história, o leitor pode ter outra interpretação. O personagem foi pensado como um transtorno leve, mas o psicopata manipula, engana, mexe com a sua cabeça. Por que o meu personagem não está fazendo isso com você?”, provoca o escritor.

A visão popular que associa psicopatia a assassinos em série e estupradores foi difundida em boa parte pelo cinema, em personagens como Hanibal Lecter, de “Silêncio dos Inocentes” (1991) e Coringa, de “Batman – O Cavaleiro das Trevas” (2008). Arthur, que também é apaixonado por cinema, traz a sétima arte para seu livro, escrito no formato de um roteiro.

“Era para ser um roteiro de cinema e ser filmado. Como não consegui, lancei em formato de livro para ganhar as prateleiras e um público, e assim conseguir uma produtora para essa história”, revelou o autor.

Mas o cinema também está presente dentro da trama. O condomínio de luxo fictício onde se passa a história foi concebido como um cenário de filmagem. Sobre esse aspecto do livro, Arthur não quis dar detalhes à reportagem. Ele explicou que há um segredo importante da trama que cerca o condomínio, e indicou a leitura da obra para desvendar todos os mistérios.

O livro pode ser comprado em sites como Amazon, Magazine Luiza e Submarino, assim como em livrarias, por R$ 39,90.

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