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CINEMA

Encerramento com intensidade jurássica

O LIBERAL esteve na pré-estreia do último filme da franquia Jurassic, em São Paulo, a convite da Universal Pictures

Por Maíra Torres

02 de junho de 2022, às 09h16 • Última atualização em 02 de junho de 2022, às 14h00

O filme Jurassic World Dominion, que chega nesta quinta-feira (2) aos cinemas, é o filme com mais dinossauros em tela protagonizando cenas inovadoras desde o início da franquia Jurassic, com Jurassic Park (1993), há 29 anos, quando aprendemos a gostar de ver esses grandes animais nas telonas. A sensação que se tem é de que eles ganharam mais presença e de que ela, agora tão próxima dos humanos, se tornou mais fatal e ameaçadora.

Apesar de cenas que parecem surreais, mas não menos empolgantes, como o uso de dinossauros como armas de ataque, e momentos de perseguição à la Missão Impossível e Contrabando em Malta, todo o contexto consegue fazer o espectador se inserir numa realidade que ainda nos parece tão inimaginável.

E isso porque também vemos os dinossauros se comportarem como os seres que são através de cenas de predação com animais contemporâneos, comportamento de bando e disputa por território, por exemplo. Claro, a magia acontece para quem já compra a ideia oferecida pela franquia.

E esse é o ponto em que Dominion começa, com uma espécie de reportagem localizando os espectadores no espaço e tempo. No 2022 proposto, os dinossauros estão à solta desde o incidente em Jurassic World na Ilha Nublar, tentando coexistir com os humanos em um ambiente urbano e contemporâneo.

No filme, dinossauros e humanos tentam coexistir em um ambiente urbano – Foto: Universal Pictures / Divulgação

Essa convivência abriu portas para novos usos da genética dentro da franquia. Agora, o tom da mensagem já batida sobre o que acontece com quem brinca de Deus e desafia as leis da natureza evolui e ganha uma nova roupagem.

Diante do mau uso da genética dos dinossauros, criamos outra espécie que ameaça a segurança da população de uma maneira diferente da já presenciada. Esse é o motivo usado para trazer de volta à ação Dr. Alan Grant, Dra. Ellie Sattler e Dr. Ian Malcom.

Eles e a menina-clone de Jurassic World: Reino Ameaçado (2018), Maisie Lockwood – e sua história desnecessariamente romantizada, servem de ponte entre a nova e a antiga trilogia.

Por meios mais técnicos, Dominion também cria esse diálogo com os filmes anteriores através de “easter eggs” e remakes de cenas já vistas dentro da franquia, sem perder a graça. A escolha caminha para um bom uso, mas não dependência, da nostalgia.

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Claro, o diretor Colin Trevorrow precisou do carisma e do carinho do público para com os personagens principais do filme de Spielberg, Jurassic Park (1993), para construir diálogos interessantes e engraçados entre o trio de protagonistas atuais e anteriores.

Em contrapartida, não conseguiu fazer o mesmo com todos os elementos criados em Dominion, incluindo a nova protagonista Kayla, que perdeu a profundidade de sua história e justificativa de suas ações devido ao ritmo mais acelerado adotado pelo roteiro.

Diferente dos novos personagens humanos, os novos dinossauros ganham destaque com cenas exclusivas, como o Pyroraptor, Moros intrepidus, Therizinossauro, Gigantossauro, Atrociraptor e Quetzalcoatlus.

Dois deles são os escolhidos, inclusive, para protagonizar o que pode ser a melhor batalha de Jurassic World, ou mesmo de toda a franquia, mexendo com o emocional dos fãs ao envolver a grande e querida Tiranossauro Rex, Rexy.

Com criatividade, intensidade, a dose certa de nostalgia e o carinho do público pelos dinossauros, Jurassic World Dominion dá o encerramento digno e coerente que a franquia pede.

Espécies novas e mais realistas

“Você se lembra da primeira vez em que viu um dinossauro”? A frase do personagem Owen Grady em Jurassic World: Reino Ameaçado (2018) é uma pergunta que poderia ser feita a nós mesmos. A resposta, talvez para a maioria das pessoas na faixa dos 30 anos, esteja em Jurassic Park. O filme foi o responsável pelo estereótipo que temos hoje dos dinossauros, tanto de comportamento quanto de aparência física.

Produção utilizou bonecos gigantes nas cenas do filme – Foto: Universal Pictures / Divulgação

Em Dominion, os dinossauros novos estão mais realistas. Pela primeira vez eles ganharam penas, algo já descoberto há filmes atrás, mas não anteriormente introduzido por questões estéticas.

Outro ponto alto do novo longa é a volta do uso de bonecos animatrônicos para boa parte dos dinos, ao invés de CGI (computação gráfica).

Por outro lado, ainda há alguns erros apontados por paleontólogos presentes nas comunidades jurássicas da internet, como a modificação na altura de algumas dessas criaturas. Um furo particular de Dominion é colocar o Therizinossauro com um comportamento de carnívoro, quando, na verdade, é herbívoro. Aos olhos de um espectador não especializado, essas questões acabam passando despercebidas, mas aos atentos é preciso fechar um pouco os olhos para Dominion, assim como nos outros filmes.

Novos dinossauros retratados no filme

Gigantossauro. Foi um dos maiores predadores carnívoros do cretáceo e viveu há cerca de 97 milhões de anos atrás, cerca de 30 milhões antes do T-Rex, em território argentino.

Pyroraptor. Esse carnívoro do cretáceo andou em solos espanhóis e franceses. Não há evidências de alguma de suas três
espécies encontradas pudesse nadar. Possuía o que hoje conhecemos como penas.

Therizinossauro. Herbívoro, suas garras gigantes se assemelhavam a foices. Fósseis foram encontrados na Ásia e América do Norte, de 120 milhões de anos atrás. Chegava aos 5 metros de altura.

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