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Cultura na região

Dançarinos comentam cena do breaking em Americana e aguardam seletivas para Paris-2024

Modalidade tem presença em Americana desde 1990; eventos das últimas décadas incentivam novos dançarinos

Por Isabella Holouka

29 de agosto de 2021, às 08h49 • Última atualização em 29 de agosto de 2021, às 08h51

Com o anúncio de que o breaking – ou breakdance, estilo de dança de rua que é famoso pelo giro sobre a cabeça e com as pernas para o alto – será incluído como uma das modalidades nos Jogos Olímpicos de Paris em 2024, dançarinos de Americana relembram a presença da modalidade na cidade e planejam participar das seletivas, esperadas em 2022.

Conhecido como Gago, o comerciante de 37 anos Julio Cesar Tomas Silva está envolvido com a cultura hip hop desde os anos 1990 e começou a carreira de dançarino em 1997, através do grupo TranQuiliz Crew no bairro São Vito. Ele lembra a realização de eventos de break em Americana, como o Urbanuz Beat, que reuniu b-boys conceituados e de diferentes estados brasileiros, com apoio da Sectur (Secretaria de Cultura e Turismo), com pelo menos cinco edições entre os anos de 2008 e 2018, em diferentes pontos da cidade.

Da esquerda para a direita, Gago, Diego, Julio e Leandro; b-boys de Americana – Foto: Ernesto Rodrigues / O Liberal

“Nossa região é muito rica em dançarinos, vivemos constantemente fazendo eventos e indo a atividades dos nossos parceiros em outras regiões. Temos notado ao longo dos anos que o número de adeptos tem aumentado muito e isso se dá pela grande exposição midiática”, comentou Gago, que comemora a decisão do COI (Comitê Olímpico Internacional) de incluir o breaking como modalidade olímpica.

“Estamos vivendo um grande momento no cenário da dança breaking, isso é importante e com certeza nós teremos grandes dançarinos representando o nosso País nas Olimpíadas de Paris. Mas temos grandes atletas, grandes dançarinos, sem patrocínio. A maioria viaja por conta própria, tem treinos em locais precários e, nas suas cidades, dependem muito do apoio do poder público. Então este é um momento, com certeza, de o poder público estar olhando com maior carinho para essa modalidade”, comentou ele.

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O CNDD (Conselho Nacional de Dança Desportiva) abriu inscrições para a seletiva para convocação da primeira Seleção Brasileira de Breaking do Ciclo Olímpico 2021. O edital oficial de convocação para as etapas de qualificação olímpica de 2024, seguindo a regulamentação do Breaking nacional e internacional, deve ser divulgado no segundo semestre de 2022. As informações têm sido compartilhadas pelas redes sociais do Conselho.

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O americanense Diego Malagutti, consultor tributário de 35 anos, conta já ter participado de diversos campeonatos, tanto em nível nacional quanto internacional. Ele está por dentro das novidades divulgadas pelo CNDD e tem a intenção de participar das seletivas. “Comecei a praticar o breaking aos 19 anos, através de um evento aqui em Americana, onde eu vi algumas pessoas que já faziam parte da cultura hip hop. Participei dos treinos que aconteciam na Praça Comendador Muller, de vários eventos e campeonatos da região”, contou.

Breakdance requer muito treino e disciplina, segundo dançarinos – Foto: Ernesto Rodrigues / O Liberal

“Geralmente são avaliados a dança, a apresentação corporal, a parte do sapateado, que chamamos de ‘footwork’, o estilo, a criatividade, os movimentos de força e vários outros fatores”, explicou.

“Além da disciplina, tem que ter bastante tempo, um patrocínio, um local apropriado para treinar, fazer uma boa dieta, como um atleta”, opina o eletricista de 39 anos, Leandro Cassemiro Lins, que ao lado de Gago é considerado um dos veteranos do breaking em Americana e já ministrou aulas e oficinas de dança na cidade. “Vamos ver se depois dessa pandemia conseguimos voltar às atividades”, comentou ao LIBERAL.

O auxiliar de impressão Julio Cesar de Souza Gameo, de 33 anos, se envolveu com o breaking há pelo menos 12 anos, em um evento promovido no CCL (Centro de Cultura e Lazer), atraído pela coordenação motora e os riscos envolvidos na realização de cada manobra. Ele ressalta a importância da valorização, não só do breaking, mas da cultura hip hop. “Eu sempre vi o breaking como um esporte, além de ser uma arte, uma cultura, é uma filosofia de vida”, diz.

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