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História

Cia Xekmat completa 30 anos de história

A mais antiga companhia em atividade ininterrupta de Santa Bárbara comemora três décadas e planeja eventos abertos ao público

Por Isabella Holouka

25 de outubro de 2020, às 14h15 • Última atualização em 26 de outubro de 2020, às 08h50

Este mês de outubro marca os 30 anos da Cia Xekmat, criada pelos arte-educadores e atuais diretores Amauri de Oliveira e Roberto Isler em Santa Bárbara d’Oeste, que produziu quase 80 espetáculos no decorrer de sua trajetória, firmando-se como uma referência em teatro, literatura e narrativa oral.

Em entrevista ao LIBERAL, Amauri disse acreditar que o segredo para a longevidade da companhia é a adaptação ao longo dos anos. A última, bastante desafiadora, foi em meio a pandemia do novo coronavírus, com a transposição da programação do 15º Encontra Conto para o ambiente online.

“Muita gente pergunta como continuamos por tanto tempo. É por teimosia, mas também porque nos adaptamos. Mudamos o formato do nosso trabalho cênico para nos encaixarmos melhor, como agora”, conta.

Personagens Pafe (Amauri de Oliveira) e Pifi (Roberto Isler), representando a história “O velho, o menino e o burro”, dentro do espetáculo “Histórias Fantásticas de Pifi e Pafe” – Foto: Arquivo pessoal

“Viver de cultura não é fácil, mas é muito gratificante e vale a pena”, acrescenta. A Cia XekMat já teve até dez pessoas no elenco, mas também houve épocas em que haviam apenas Amauri e Roberto.

Mais de 30 pessoas participaram dos projetos e Amauri cita como destaques o dançarino Milton Mariano e o diretor de teatro Otávio Delaneza.

Para comemorar o aniversário de 30 anos da Cia XekMat, o diretor Amauri de Oliveira revela o plano de apresentar gratuitamente grandes espetáculos da companhia no especial “XekMat 30 anos”, a depender da aprovação de projetos pela Lei Aldir Blanc – apenas um dos planos que Amauri afirma ter para o próximo ano.

Ele cita a intenção de continuar o Encontra Conto, de lançar um livro com contos sobre Santa Bárbara, de continuar as atividades do Ponto de Leitura Casa Encantada, além da apresentação de espetáculos novos ou já conhecidos pelo público.

“Muita gente assistiu a gente quando era criança, cresceu, se casou, teve filhos, e hoje em dia vem com eles ver nossos espetáculos”, conta Amauri, destacando o trabalho da Cia XekMat sempre voltado para a comédia, com altas doses de crítica social.

“Muitas vezes as pessoas acham que comédia é tirar sarro do outro, fazer graça com o gordinho, com o negro, o imigrante, o diferente, mas nós nunca fizemos isso. Muito pelo contrário. Mostramos que os problemas podem ser enfrentados de uma forma mais leve”, reflete.

Dentre os espetáculos que marcaram época, Amauri destaca “Bombástica – Fragmentos de uma educação”, em que o principal tema era a vida do educador, com muita risada, e um final emocionante.

Luciano Santos, Amauri de Oliveira, Márcio del Passos, Roberto Isler e Lia Rodrigues, no início da década de 1980, na primeira montagem do espetáculo “Xi, a TV Pifou!” – Foto: Arquivo pessoal

Como memória engraçada destes anos, Roberto destaca uma apresentação na década de 1990, em que o vento forte arrancou o cenário justamente após um dos personagens gritar “furacão!”, e a apresentação precisou ser adiada: “Há males que vêm para o bem, tivemos que parar, devolver o dinheiro e voltar na semana seguinte, então dobrou a quantidade de espectadores, embora a peça estivesse na metade”.

Além disso, é impossível não citar a dupla Pifi e Pafe, personagens criados para o espetáculo “Xi, a TV pifou”, ainda na década de 1980, que inspiraram diversas outras peças e continuam no imaginário do público até hoje. “É de uma época em que não se usava computador e celular, e a televisão quebrava. Então Pifi e Pafe descobriam um livro com brincadeiras, e chamavam o público para ir ao palco brincar de esconde-esconde,
corda, peão”, lembra.

Outro espetáculo que vem sendo apresentado ao longo dos últimos 20 anos é “Viva Melhor”, que aborda a qualidade de vida. “Começou com quatro atores e hoje fazemos em dois, com 10 personagens. Gostamos de desafios. É desafiante viver de arte, e continuamos até hoje”, finaliza.

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