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Cultura na região

Campinas recebe pela primeira vez Virada AfroCultural

Evento ocorre neste fim de semana em plataformas online

Por Milton Paes

23 de abril de 2021, às 13h19 • Última atualização em 23 de abril de 2021, às 13h20

Campinas recebe neste final de semana a 1ª edição da Virada AfroCultural, que ocorre em plataformas online em razão da Covid-19. Com mais de 20 atrações e 18 horas de programação, o evento contempla diferentes áreas artísticas como música, artes cênicas, cultura popular, literatura, artes visuais e ou outras linguagens no sábado (24) e no domingo (25).

Coletivo REAJU promove o evento online neste fim de semana – Foto: Divulgação

O evento inédito será promovido pelo coletivo Rede Articula Juventudes (REAJU ) em parceria com a Agência Mandinga de Favela e apoio do Coletivo Margem Cultural e foi viabilizada através do edital da Lei Aldir Blanc da Secretaria de Cultura de Campinas.

A abertura ocorre às 12h deste sábado, seguida de atrações como apresentação de jogo, cartografia social, samba, presença de mestras e mestres, poesia marginal, exibição de documentário, atrações musicais, entre outros. Todas apresentações são protagonizadas, majoritariamente, por pessoas pretas.

A Virada AfroCultural traz, além de apresentações artísticas, ações educativas, oficinas e palestras, bem como a exibição do documentário do centro de referência Quilombo Urbano O.M.G. (Oziel, Monte Cristo e Gleba B). A proposta é difundir e valorizar a cultura afroreferenciada e fortalecer a comunidade afrodiaspórica da região, por isso, o edital vai privilegiar inscrições de pessoas pretas, transgêneras, afroindígenas e com deficiência.

Para que o evento aconteça serão aceitas propostas de qualquer ação de natureza artística e cultural afro-referenciada, que seja realizada por pessoas pretas, pardas ou indígenas, individualmente ou em grupo, desde que sejam da Região Metropolitana de Campinas (RMC). As apresentações serão realizadas no formato live, ou seja, com transmissão ao vivo pela Internet.

Os organizadores do evento acreditam que o aquilombamento artístico seja um ponto essencial no enfrentamento ao racismo e no engajamento à luta antirracista. Por esse motivo, darão prioridade aos artistas racializados, pensando a partir das políticas afirmativas vigentes.

Primeira edição homenageia jovem assassinado pela GM

Essa primeira edição é dedicada ao adolescente Jordy Moura Silva, que foi baleado e assassinado através da ação de um guarda municipal em abril de 2019 no bairro Reforma Agrária, na periferia de Campinas.

Segundo o coletivo REAJU, a ideia é que esta seja apenas a primeira edição e que passe a acontecer anualmente, assim como a Lavagem das Escadarias da Catedral Metropolitana de Campinas, ritual que está na 34ª edição, com participação de integrantes de religiões afrobrasileiras.
Documentário Aquilombamento

Além da Virada AfroCultural, será também filmado o documentário “Aquilombamento” que será realizado pela Agência Mandinga de Favela, coletivo de quebrada na cidade de Campinas sobre o Quilombo Urbano, O.M.G, (Oziel, Monte Cristo e Gleba B) um centro de referência para a Juventude Preta e Periférica de Campinas criado em 2014 e que promove alguns debates, oficinas, saraus, cirandas oficinas de grafite e entre outros. O documentário vai ser exibido durante a Virada.

O documentário pretende registrar a potência do espaço Quilombo Urbano O.M.G, originado do encontro das juventudes, das mulheres e crianças, residentes da ocupação urbana O.M.G, sigla utilizada para expressar a unidade entre os moradores desses bairros e a articulação com diferentes movimentos populares e culturais da cidade. Demonstrando como o espaço por meio da cultura tem podido resistir, produzir, multiplicar, dialogar e transformar realidades. “Ter um espaço afro referenciado é importante atualmente. Existem outros coletivos que compõem este espaço como as Promotoras Legais Populares, Cursinho Popular Quilombo Urbano, Mandinga de Favela, Mafia Afrikana, Feconezu, Studios 81 e Trançart”, conta Jonatas Akin, da REAJU.

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