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Dança

Bailarina Eliana Favarelli é premiada em três categorias durante festival na Europa

Evento é o maior e mais antigo festival de dança português; ao LIBERAL, ela diz que aprecia os aprendizados das competições

Por Marina Zanaki

30 de novembro de 2021, às 08h11 • Última atualização em 30 de novembro de 2021, às 08h22

A bailarina americanense Eliana Favarelli foi premiada no Festival Norte Dança, em Portugal, em três categorias. Em duas delas, por suas apresentações com o bailarino Reginaldo Sama. O evento, que é o maior e mais antigo festival de dança português, foi realizado entre 18 e 21 de novembro.

A bailarina alcançou o segundo lugar na categoria Solo Contemporâneo por sua apresentação individual de “Mundo Caduco”. Originado de uma apresentação solo da bailarina, ele acabou se transformando em um espetáculo com 18 bailarinos que estreou em outubro, em Campinas.

Eliana levou para Portugal sua apresentação individual da montagem, inspirada no poema “Elegia 1938”, de Carlos Drummond de Andrade. O texto reflete sobre dificuldades da sociedade.

Os bailarinos Eliana Favarelli e Reginaldo Sama durante a apresentação premiada de “Bem me quer, mal me quer” – Foto: Divulgação

A bailarina disse que apresentou esse solo no festival português para sentir sua repercussão em outro país, já que ela traz elementos da música e poesia brasileiras.

Eliana e Reginaldo alcançaram o primeiro lugar nas categorias Duo Estilo Livre e Duo Contemporâneo. Nesta última, os bailarinos apresentaram “Bem me quer, mal me quer”, criado em 2018. Esse espetáculo acompanha as idas e vindas de um casal, com tom bastante melancólico e teatral.

“No joquinho da flor com o bem me quer, mal me quer, tem hora que ele está perto, tem hora que está longe. No final, dá mal me quer e ele vai embora”, explicou.

O outro duo que ficou em primeiro lugar foi “Janelas da Alma”, em estilo livre. “O espetáculo fala do interior da gente. O personagem imagina uma pessoa sempre com ele, mas ela não existe. É como se a alma dele sentisse, mas ela não era verdadeira”, disse Eliane ao LIBERAL.

Os dois bailarinos eram os únicos representantes brasileiros no festival, que teve um total de 30 grupos e 175 coreografias. As coreografias que participaram foram selecionadas por meio de vídeos. Por conta da pandemia, o Festival Norte Dança foi realizado no complexo Europarque, que permitiu distanciamento entre os artistas e também para a plateia.

Eliana elogiou a boa organização e o cumprimento das medidas sanitárias. Em 2017, ela já havia participado desse mesmo festival, e voltou para casa com dois prêmios.

Eliana disse que nos festivais europeus não há discriminação por conta da idade dos participantes – ela tem 59 anos e Reginaldo 42. “Alguns festivais que são muito bons no Brasil valorizam os mais jovens. E está certo também porque eles têm uma carreira mais longa para investir, mas na Europa sinto que não tem essa diferença, ganhei de pessoas com 18 anos. Então ali é o seu trabalho”, afirmou.

Experiente, Eliana começou a dançar aos 12 anos e se profissionalizou aos 18. Ela criou ao lado de outras bailarinas o Espaço Dançar e montou sua própria academia, a Twist Dança, ambas em Americana. Mesmo com a trajetória consolidada, disse que gosta de competir por conta dos aprendizados.

“Quando você se submete a uma avaliação, tem que aceitar o que acham de você. Gosto muito que avaliem meu trabalho. Sei que se tiver qualquer crítica é porque não foi bom, e vou melhorar da próxima vez. Se ficou bom, ótimo, consegui atingir o objetivo. Quando você é avaliado, aprende a ser crítico com você mesmo”, disse a bailarina.

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