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“Meu Corpo Social”

Americanense lança seu primeiro livro com análises sociais e históricas

Publicado pela Editora Penalux, livro de Gustavo Sartori Barba mistura memórias e ensaio para gerar reflexões

Por Isabella Holouka

12 de agosto de 2021, às 07h43 • Última atualização em 12 de agosto de 2021, às 08h04

Na obra, autor expõe medos, receios e conflitos pessoais - Foto: Ernesto Rodrigues - O Liberal.JPG

Em seu livro de estreia, o americanense Gustavo Sartori Barba mistura cenas de sua vida com análises históricas e sociais, através das quais revela um pouco sobre o Brasil, com seus conflitos sociais, raciais e econômicos.

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“Meu Corpo Social”, lançado pela Editora Penalux, é uma espécie de autobiografia reflexiva, psicanalítica e antropológica, que através de uma escrita fácil propõe reflexões sobre os papéis sociais e privilégios do autor – especialmente por ser um homem branco, heterossexual e de uma classe alta.

Empresário e bacharel em direito, Gustavo também estudou antropologia e psicanálise. Leitor ávido e atento, aproveitou a pandemia para colocar em prática a ideia antiga de escrever o livro, que é um misto de memórias e ensaio.

“Eu parti do querer questionar os papéis sociais que a sociedade forjou em mim, como um homem branco, cis, heterossexual, empresário. Então eu concebi a ideia de escrever um texto, e fui ligando alguns pontos. Através de efemérides que ocorreram nos anos em que eu cresci e fatos da minha vida, fui refletindo sobre o mundo”, contou ao LIBERAL.

O livro propõe reflexões sobre posições privilegiadas na sociedade através de uma autocrítica. “Eu sou do berço do conservadorismo, tenho um lugar privilegiado para poder refletir sobre tudo isso. É como se eu fizesse uma autocrítica dessa visão de mundo, me olhando no espelho e fazendo uma revisão desses papéis, e não para o outro, mas para mim mesmo”, disse.

Segundo o autor, até mesmo a indefinição do gênero textual empregado – que se pretende literário, mas não é totalmente, assim como também não é inteiramente reflexivo e ensaístico, ou de cunho antropológico – reflete a imprecisão dos papéis sociais e da atualidade.

Barba mostra os próprios medos, receios, conflitos pessoais e indecisões, induzindo o leitor a questionar o contexto em que está inserido, para poder buscar uma postura menos danosa e tóxica com o outro, em seus relacionamentos pessoais e profissionais, agindo para diminuir o machismo e o racismo na sociedade, por exemplo. “Se eu conseguir fazê-lo refletir sobre essas questões, meu livro terá cumprido o seu papel”, afirmou.

Outro ponto importante do livro de Barba é o seu tom confessional. A exposição corajosa e honesta do seu próprio processo analítico pode ser motivadora para muitos leitores. Para o escritor americanense Luiz Biajoni, que assina a orelha do livro, trata-se de uma obra da qual “é difícil sair ileso”, apesar da leitura fácil e rápida, em 120 páginas.

“Há uma coragem do Gustavo de se expor, e expor situações que envolvem suas próprias experiências com drogas, experiências sexuais. É um livro para quem tem coragem de se confrontar com algumas situações que ficam muitas vezes por baixo dos tapetes, naquele movimento de esquecer e deixar para trás. O Gustavo retoma coisas que aconteceram com muita gente”, afirmou à reportagem.

O livro está à venda no site da Editora Penalux. Além disso, neste sábado (14), entre 10 e 14 horas, o autor promove um lançamento local e sessão de autógrafos na Livraria Bonde da Leitura, localizada na Rua José Bonifácio, número 174, bairro Chácara Machadinho, em Americana.

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