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Ajustes de rotina

‘Conversa com Bial’ retoma rigor técnico

Após início confuso, programa aposta em edições leves e relevantes

Por Geraldo Bessa / TV Press

19 de dezembro de 2020, às 08h47

Diversos programas de tevê tiveram de adaptar à realidade provocada pela pandemia de coronavírus. Ciente das medidas de segurança para evitar contaminações, a saída para muitas produções foi se render às chamadas de vídeo pela internet. Pouco antes da quarentena, a equipe do “Conversa com Bial” estava dando os últimos retoques para a nova temporada do programa.

Diante das adversidades, o elenco de convidados foi mantido, mas o formato teve sérias e necessárias modificações. Bial teve de trocar o amplo cenário com plateia pelo conforto de sua sala de estar.

O grande problema dessa interação foi técnico: em pleno 2020 e apesar de diversos truques de edição, seja pela qualidade da câmera dos dispositivos caseiros ou da conexão de rede, grande parte das imagens captadas pelos convidados ficou aquém do capricho técnico que sempre foi a marca do programa.

Com pompa e reverência, perdeu uma boa oportunidade de realmente valorizar a conversa com Obama – Foto: Divulgação

A temporada desenvolvida durante a quarentena, entretanto, também apresentou uma boa evolução. Seis meses depois da reestreia, o programa exibe não apenas rigor técnico, mas passou a utilizar o distanciamento a seu favor, com a boa ideia de entrevistar personalidades internacionais que, dificilmente, viriam ao Brasil dar seus depoimentos, caso das cantoras Gloria Estefan e Carla Bruni, além do ex-presidente dos Estados Unidos, Barack Obama.

Com Obama, o jornalista, infelizmente, parecia pouco à vontade para provocar ou apontar contradições. Com pompa e reverência, perdeu uma boa oportunidade de realmente valorizar a conversa. No todo, foi esse tom mais leve que predominou ao longo dos últimos episódios.

Essa postura extremamente “chapa branca” fica um pouco mais natural quando Bial recebe amigos ou conhecidos na produção, como foi o caso da bela série sobre os 70 anos da televisão no Brasil, que reuniu diversos medalhões que fizeram carreira na Globo, casos de Cid Moreira, o casal Tarcísio Meira e Glória Menezes, além de Zezé Motta, Tony Ramos, Laura Cardoso e Fernanda Montenegro, entre outros. Nenhum desses, no entanto, foi determinante em relação ao que acontecia com o mundo por oito anos.

Além do papo, o fato do apresentador “invadir” a casa de seus convidados, acaba mantendo a sensação de proximidade e intimidade fiéis ao esquema do “Conversa Com Bial” e gera uma curiosa troca de comando: agora é o convidado quem decide o que mostrar durante o programa. Sendo assim, o apresentador perde um pouco seu poder de persuasão com as limitações de uma conversa por vídeo.

Em uma temporada tradicional, é normal que algumas edições do programa apostem em nomes sem tanto apelo popular, com papos mais “cabeças” e conceituais. No entanto, em plena pandemia, a equipe do programa parece estar disposta a de fato garimpar grandes nomes para as cinco edições semanais, fazendo da produção um ponto de encontro imperdível nas madrugadas do isolamento.

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