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Boneca

Filme de terror da região vai a festival na Holanda

Dirigido por Flávio Carnielli, curta-metragem “Boneca” trata da macabra lenda das bonecas vivas e já foi exibido em competições no Brasil e Canadá

Por Rodrigo Pereira

12 de julho de 2019, às 09h41 • Última atualização em 27 de abril de 2020, às 11h16

O curta metragem “Boneca”, dirigido por Flávio Carnielli, foi selecionado para a 9ª edição do BUT Film Festival, que ocorrerá na cidade de Breda, na Holanda, entre os dias 28 de agosto e 1º de setembro deste ano. O festival é considerado um dos mais importantes do mundo na exibição de filmes trash e undergrounds.

Essa é a sexta seleção do curta metragem de Paulínia, que já foi exibido em festivais no Paraná, em São Paulo e no Canadá, como parte do festival “Cabane à Sang”.

Foto: Divulgação
Cena do filme de terror “Boneca”, que contou com vários profissionais da região na produção

“Boneca” foi gravado de forma independente, com apoio de empresários da região, e tem na equipe artistas de Campinas, Paulínia, Americana e São Paulo. Formam o elenco o protagonista Hélcio Henriques, Marília Viana, Sérgio Vergílio, Natália Mariotto e André Luís Camargo. A direção de fotografia, arte e figurino são de Helen Quintans e a assistência de direção é da americanense Catarina Camargo.

As filmagens ocorreram na Fazenda Pau D’Alho, em Campinas, onde nasceu Francisco Glicério e, durante o período colonial, foi uma sesmaria.

O filme conta a história de Gregório (Hélcio Henriques), um médico que transforma mulheres em bonecas vivas e seu duelo psicológico com uma de suas vítimas, Raquel (Marília Viana). “Faz um tempo que eu vi pela primeira vez a história bizarra das ‘sex dolls’ da deep web. Embora tenha me parecido um total absurdo, fiquei chocado e decidi me aprofundar um pouco no tema. Assim, descobri várias páginas de internet que falavam sobre o caso e algumas que até mesmo mostravam uma suposta carta de um médico do leste europeu contando como realizava os procedimentos”, conta o diretor. 

Flávio considera esse tipo história como mito, mas usa tal camada de violência explícita para propor reflexões sobre a que ponto pode chegar a perversidade humana. “Eu acho que o retrato da vida cotidiana já é um tema muito batido no cinema e o Brasil praticamente só produz isso. Então, é legal ter um outro tipo de temática: o que o ser humano seria capaz de fazer se fosse possível, se não tivesse nenhum tipo de amarra, se não existissem leis ou o conceito de Deus?”, questiona.

Tal premissa o acompanha em outros trabalhos, como em seu filme de estreia, no qual a reflexão principal é como seria a sociedade se Deus morresse e não existisse mais o inferno. “Cada passo que algum filme meu dá eu comemoro muito, porque é um festival muito grande para qual meu filme deveria ter o patrocínio da Ancine (Agência Nacional do Cinema) para ir, mas não tem”, critica.

Novo projeto

O cineasta, que também escreveu e dirigiu os premiados curtas metragens “O Livro da Salvação” e “Eternidade”, exibidos em festivais no Brasil, Argentina, Itália e México prepara para 2020 o longa-metragem “Garotas Selvagens”, que será protagonizado por Dedé Santana e terá no elenco atores como Fioravante Almeida, Ronaldo Ciambroni e Ton Crivelaro. “Boneca” terá uma exibição em Campinas, ainda sem data confirmada.

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