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Cinema

Documentário exalta obra de Adoniran

Por Agência Estado

14 de janeiro de 2020, às 07h11 • Última atualização em 27 de abril de 2020, às 11h14

Seus sambas não combinavam com a imagem de cidade pulsante e progressista, mas Adoniran Barbosa (1910-1982) exibiu como poucos a face humana de São Paulo, especialmente a mais pobre, malandra, criminosa. É esse personagem, que tão bem traduzia a picardia do paulistano, o tema de Adoniran – Meu Nome é João Rubinato, documentário de Pedro Serrano que terá pré-estreia apoiada pelo jornal O Estado de S. Paulo, nesta terça-feira no cine Petra Belas Artes.

A sessão começa às 21h, mas os ingressos gratuitos começam a ser distribuídos a partir das 19h30, na bilheteria do cinema. Após a exibição, começa um debate entre o diretor e os críticos do Caderno 2 Luiz Carlos Merten e Julio Maria.

Autor de sucessos como Trem das Onze e Saudosa Maloca, Adoniran é apontado como um dos maiores sambistas paulistas. Sua forma peculiar de falar, no entanto, com forte sotaque italiano, nem sempre é lembrada, o que torna o documentário ainda mais especial ao resgatar imagens de arquivo raras e pouco vistas.

O envolvimento de Serrano com a figura de Adoniran (João Rubinato era seu nome oficial) começou em 2015, quando dirigiu o curta Dá Licença de Contar, com o músico Paulo Miklos interpretando Adoniran. Um trabalho de fôlego. “Meu primeiro desafio foi fazer um personagem real e tão presente ainda no imaginário do brasileiro. Ele veio do rádio, dos programas de humor, e esse personagem acabou tomando vida e se transformando no Adoniran”, contou Miklos.

O curta circulou por festivais, ganhou prêmios, e Serrano recebeu proposta de uma distribuidora para transformar a produção em longa-metragem. E um projeto foi levando a outro. Para preparar o longa, Serrano começou um processo de pesquisa e entrevistas. Nesse período, percebeu que, apesar da veneração ao personagem, não havia um filme que recuperasse a trajetória de Adoniran. Isso só aumentou sua disposição de finalmente realizar um.

Afinal, passados quase 30 anos da morte do músico, a percepção de sua importância só aumentou. Além da importância de suas canções, que retratam com fidelidade a rotina de uma parcela da população de São Paulo, Adoniran nunca escondeu o esforço que assumiu para divulgar seu trabalho, algo que só aconteceu na fase final da vida, quando foi exaltado pela crítica e pelos colegas, chegando a ser gravado por nomes como Elis Regina.

Serviço:

ADONIRAN – MEU NOME É JOÃO RUBINATO
CINE PETRA BELAS ARTES. RUA DA CONSOLAÇÃO, 2.423. 3ª (14/2), 21H. GRÁTIS. INGRESSO A PARTIR DAS 19H30.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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