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Análise

As melhores produções do cinema de 2019

‘Parasita’, ‘Bacurau’, ‘Coringa’: cinéfilos americanenses indicam quais foram as melhores produções do cinema mundial deste ano

Por Danilo Reenlsober

31 de dezembro de 2019, às 09h51 • Última atualização em 27 de abril de 2020, às 11h15

O ano de 2019 foi um prato cheio para os fanáticos por cinema. Desde sequências de blockbusters como “Vingadores: Ultimato”, “Toy Story 4” e “Star Wars: A Ascensão Skywalker”, até produções inéditas como “Ad Astra”, “A Vida Invisível”, “Rocketman” e “Ford vs Ferrari”, passando por remakes de “Alladin”, “O Rei Leão” e “Dumbo”, filmes para todos os tipos de público lotaram as salas de exibição em todo o Brasil.

Elencar os melhores dentre tantos lançamentos não é tarefa fácil. Por isso, o + CULT convidou cinéfilos da RPT (Região do Polo Têxtil), que apontaram as melhores produções a chegarem ao cinema no decorrer do ano.

Dentre tantos longas, no entanto, um deles é consenso: “Parasita”, do sul-coreano Bong Joon Ho, que venceu a Palma de Ouro no Festival de Cannes. “[O filme] não só discute temas importantes, sem proselitismo, como é grande cinema”, apontou o escritor americanense Luiz Biajoni.

O filme mostra uma família pobre que acaba se “infiltrando” na vida de uma linhagem rica, com efeitos devastadores para ambas. “Uma das qualidades do filme é transitar por vários estilos, do humor ao terror, mostrando, de certa forma, como a vida é – com seus altos e baixos”, completa.

O artista visual Matheus Muniz concorda. “’Parasita’ apresenta as divergências de classe e meios de resistência, através de relações que vão se tornando cada vez mais complexas e que em nenhum momento se isenta de gerar consequências”. Para ele, outro filme que mostra essa luta de classes e merece destaque é “Bacurau”, filme brasileiro de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles. “Temos variedades de metáforas em um western tupiniquim, que registra a situação entre oprimido e opressor”.

“Coringa”, do diretor Todd Phillips, é outro apontado por Biajoni como uma das grandes estreias de 2019. “Nos apresenta um vilão terrível e que precisa ser combatido: o egoísmo. Estamos dentro de nós mesmos, imersos nesse capitalismo colapsado, sem condições de ver, ouvir e ajudar o outro, sem aparelhos sociais para atender os necessitados, que é incrível que não existam mais Coringas por aí”, apontou. Além disso, tem Joaquin Phoenix em um dos seus melhores momentos.

Já para o jornalista do Grupo O LIBERAL, André Rossi, “Era Uma Vez… Em Hollywood”, de Quentin Tarantino, merece lugar em qualquer lista de melhores do ano. “Diálogos envolventes, muitas referências e violência são elementos básicos do cinema de Tarantino. Sutileza e sensibilidade, no entanto, são novidades no repertório do diretor. É por isso que o filme surpreende”, disse. “Destaque para Leonardo DiCaprio, que entrega a melhor cena de sua carreira”.

Rossi ressalta, também, o trabalho mais recente do diretor brasileiro Fernando Meirelles: “Dois Papas”, da Netflix, que mostra conversas entre os papas Bento 16 e Francisco pouco antes da renúncia do primeiro.

“A obra discute ditadura militar, luta de classes, os escândalos da igreja católica e, de certa forma, os dramas da condição humana. Assim como ‘Bacurau’ e ‘Parasita’, é um filme essencial para a época que vivemos. E, por incrível que pareça, não é sobre religião”.

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