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Assédio

Vítima de Abdelmassih fala como minissérie influenciou em grupo de ajuda

Moradora de Sumaré retratada na minissérie global “Assédio” relata aumento na procura por seu grupo de ajuda a mulheres violentadas

Por Rodrigo Pereira

14 de julho de 2019, às 09h03 • Última atualização em 14 de julho de 2019, às 09h09

Foto: Cedoc - Rede Globo - Divulgação
Atrizes da minissérie “Assédio”, da Rede Globo cada personagem foi inspirada em uma história real

Foi ao ar na noite da última sexta-feira, na Rede Globo, o último episódio da minissérie “Assédio”. Com Antonio Calloni e Adriana Esteves entre integrantes do elenco, a trama é baseada em livro de Vicente Vilardaga e acusações ao médico Roger Abdelmassih, condenado a 181 anos de prisão pelo estupro de 37 pacientes.

Entre as personagens de “Assédio”, uma delas é inspirada em Teresa Cordioli, moradora de Sumaré que aponta ter sido a primeira vítima do profissional e é referência entre as denunciantes. Ao LIBERAL, ela contou que depois do início da veiculação da série aumentou a procura por um grupo de ajuda a mulheres violentadas que ela administra e adianta que um novo caso está próximo a “explodir” na mídia.

Foto: Arquivo - O Liberal
Teresa acusou Roger Abdelmassih há mais de 20 anos, quando ele era muito famoso

Como foram os crimes praticados contra você e que reflexos tiveram em sua vida?
Roger, em seu modus operandi, se transforma em monstro. Ele foi cruel comigo, cometendo vários crimes em um. Além de menor idade, eu estava hospitalizada para retirada de cálculos renais, com muitas dores, frágil, indefesa, braços com soro e com muito medo das ameaças feitas por ele não só a mim, mas também à minha família. Os reflexos que o estupro deixa nas vítimas são muitos e a maioria deles não são visíveis. Um visível que me prejudica até hoje é o pânico de ficar doente e ter que procurar pela medicina.

Qual é a sua opinião sobre como sua personagem foi retratada na minissérie “Assédio”?
“Assédio” é uma minissérie de dez capítulos merecedora de aplausos, de muita lisura e respeito pelas vítimas. Eu, como a primeira vítima, fui retratada pela personagem Irene e interpretada pela atriz Susana Ribeiro. Na série recebo um carinho todo especial. A personagem Irene é a única que fica claro de quem se trata. Ela é citada por várias vezes desde o primeiro capítulo devido a eu ter denunciado Roger desde a década de 1990 em todos os meios de comunicação, inclusive na Globo.

Você participou da produção desse roteiro? Houve entrevistas com você?
Não, a minissérie foi baseada no Livro “A Clínica” de Vicente Vilardaga, e em relatos nossos em matérias de TV, rádios, jornais e revistas. Quanto ao livro sim, fomos entrevistadas por Vicente por várias vezes para tirar qualquer dúvida. No final do ano fomos convidadas pela Bárbara Paz e gravamos um documentário que foi dirigido por ela e está no Gshow com o título “Doc.Assédio”. Nele, as personagens somos nós, as vítimas.

Como está a repercussão? Tem percebido que mais tem tomado conhecimento desse caso? Mudou algo na sua rotina?
A repercussão foi grande. Depois do lançamento da minissérie, em setembro de 2018, na Globo Play, muitas vítimas procuraram e ainda procuram meu grupo “A Voz da Mulher”. Nos procuram para orientações e desabafos, ajuda psicológicas e jurídicas, inclusive por esses dias teremos novidades em um caso tanto quanto ou maior que do Roger.

Em outubro de 2016, Teresa deu entrevista ao LIBERAL relatando o caso, confira:

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