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Ator

Rômulo Estrela: um convite inusitado

Ator leu o roteiro e se encantou com a simplicidade e carisma de Marcos de “Bom Sucesso”, seu último trabalho

Por TV Press

12 de março de 2020, às 16h33

Depois de cinco novelas e três séries em apenas seis anos, Rômulo Estrela estava se preparando para um longo período distante da tevê quando recebeu um convite inusitado: um protagonista contemporâneo. Com tantos papéis em tramas de época como “Novo Mundo” e “Deus Salve o Rei” no currículo, o ator leu o roteiro e se encantou com a simplicidade e carisma de Marcos de “Bom Sucesso”, seu último trabalho.

Maranhense da capital, São Luís, Rômulo Estrela sempre teve a carreira de ator como meta de vida. Aos 19 anos, mudou-se para o Rio de Janeiro com o claro propósito de investir na televisão. A estreia no vídeo foi com uma pequena participação em “Da Cor do Pecado”, de 2004. Após diversas “pontas” em produções como “Essas Mulheres” e “Duas Caras”, assinou um contrato de longa duração com a Record e ficou durante três anos no elenco da saga mutante de “Caminhos do Coração”.

Foto: Divulgação / TV Globo
Rômulo Estrela

Em seguida, permaneceu na emissora e começou a ter papéis mais relevantes em “Rei Davi” e “Balacobaco”. Sem vínculo com a Record, fez teste novamente para o banco de talentos da Globo e acabou por se destacar em novelas como “Além do Horizonte”, “Além do Tempo”, “Liberdade, Liberdade” e “Deus Salve o Rei”, onde viveu seu primeiro protagonista.

“Conseguir um espaço é fácil perto da complexidade que é se manter no vídeo. Um trabalho chama o outro e é assim que tenho conseguido manter um crescente de personagens”, valoriza.

Você esteve em diversas novelas de época nos últimos anos. “Bom Sucesso” foi como um “respiro” na sua trajetória?

Rômulo Estrela

Total (risos). Mas preciso admitir que eu estava bem feliz fazendo folhetins como “Liberdade, Liberdade” e “Deus Salve o Rei”. Foram tramas de época, mas de períodos históricos e abordagens bem diferentes. E o mais legal de tudo é a aprendizagem para a vida e a segurança que esse tipo de produção acaba agregando. Foi um período muito rico.

Mas já estava com vontade de fazer algo contemporâneo?

Rômulo

Com certeza. Eu estava esperando um chamado bacana e que me levasse para um caminho diferente. Não estava descontente, mas também não queria ficar marcado como o ator dos personagens de época (risos).

É mais complexo trabalhar sem tantos artifícios de composição?

Rômulo

Eu estava destreinado (risos). personagens de época são carregados de referências, onde é possível exagerar um pouco na teatralidade. Só de entrar nos cenários de “Deus Salve o Rei”, por exemplo, era suficiente para sustentar aquelas roupas e entrar no esquema épico da história. Em “Bom Sucesso” não tive esse tipo de ajuda cênica. Até o figurino do Marcos foi bem simples e minimalista (risos).

A pressão estética do posto de galã incomoda?

Rômulo

Eu lido bem. Quando fiz o Marcos, de Bonsucesso, ninguém chegou para mim e disse que tinha de emagrecer. Foi como imaginei o personagem e foquei no resultado. Há um bom tempo que tenho em mente que meu corpo é uma ferramenta de trabalho. Isso sem nenhum tipo de demagogia. Por isso, mantenho sempre hábitos e alimentação que me proporcionem fazer essas mudanças de acordo com cada personagem. Comercialmente, isso é importante também.

Em que sentido?

Rômulo

A mídia e o mercado consomem esses processos de adaptação do corpo dos atores e atrizes. Não é um problema e é até legal poder falar abertamente sobre isso. A resposta do público tem sido muito divertida. Achei que “Bom Sucesso” foi uma novela muito necessária.

Por quê?

Rômulo

O País polarizado, crise econômica, morte de pessoas queridas, desastres ambientais, é todo dia uma notícia “bomba” surpreendendo a gente. Além de abordar o fim da vida, a trama foi um belo retrato de esperança em dia melhores e no quanto o Brasil tem um povo bacana. Foi uma novela recheada de belas referências literárias, mas que fugiu do didatismo. Acho que foi além do que se esperava de uma produção das sete.

Você voltou à Globo em 2013 e esteve no ar em ao menos uma produção por ano. De onde vem essa urgência?

Rômulo

Quando a gente se esforça e vê as coisas acontecendo, acaba que todo o trabalho é recompensado. Fiz papéis muito pequenos nos meus primeiros anos de carreira. O fato de me confiarem personagens maiores tanto na Record quanto na Globo acabou me incentivando a sempre buscar outras oportunidades, criar um repertório e responder essas responsabilidades à altura. Estou adorando contar essas histórias e, consequentemente, também estou construindo a minha própria trajetória.

Tempo de herói

Talento e perseverança são características que valorizam o passe de qualquer ator. No entanto, podem ser insuficientes para elevar uma carreira a patamares mais altos. Às vezes, é necessária uma dose a mais de sorte ou apenas estar no lugar certo na hora certa.

Foi assim que Rômulo Estrela chegou ao seu primeiro protagonista, o Príncipe Afonso de “Deus Salve o Rei”, de 2018. “Já estava ensaiando para outro personagem e o Renato (Góes), que viveria o Afonso, foi transferido para outra produção. A direção veio conversar comigo, fiz testes com o resto do elenco e as coisas foram acontecendo”, relembra.

Rômulo já tinha ouvido falar nas exigências que um papel protagonista impõe ao intérprete. Mesmo assim, a realidade foi bem maior que as expectativas. Apesar de sua experiência com papéis de época, ele teve de se dedicar a meses de aulas de equitação, esgrima, dança e luta. E pela primeira vez, teve de contar com a ajuda de um “coach” de atuação para dar conta do “recado”.

“Me assustei com o volume de cenas e textos, mas fui indo em frente. Afonso exigiu muito de mim, mas também me deu muitas alegrias”, garante.

Todas as frentes

Não é só na tevê que Rômulo Estrela vem investindo. Entre o intervalo de tramas como “Além do Tempo” e “Novo Mundo”, ele aproveitou para flertar com a sétima arte nos longas “Em Nome da Lei” e “Entre Irmãs”, e ainda voltou ao teatro no drama “O Preço”. “Amo fazer televisão, mas foi muito importante para a minha atuação ter esse encontro com outros veículos. A própria emissora incentiva o elenco a experimentar outros ares”, entrega.

Entre tantos compromissos profissionais, Rômulo ainda arranjou tempo para estrear na paternidade. Casado com a publicitária Nilma Quariguasi, ele é pai do pequeno Theo, de 3 anos e 10 meses. “Todos os dias eu preciso de um tempo com ele. Sem celular e sem bloco de capítulos por perto. A Nilma também está em um ótimo momento profissional, então a gente divide as tarefas se ajuda bastante”, explica.
Quadro

Instantâneas

# Rômulo Estrela tinha 18 anos quando participou de sua primeira peça profissional.

# Antes de decidir ser ator, ele chegou a disputar campeonatos de judô e jiu-jítsu.

# Em 2015, por conta do sucesso de “Além do Tempo”, Rômulo foi chamado para assinar um contrato de prazo longo com a Globo.

# Inicialmente em “Deus Salve o Rei”, ele viveria o plebeu e aspirante a arqueiro Artur, irmão de Amália, de Marina Ruy Barbosa. O personagem acabou ficando com Vinicius Redd.

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