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Globo

Novela ‘Nos Tempos do Imperador’ dá continuidade à história de ‘Novo Mundo’

Por Agência Estado

16 de março de 2020, às 07h00 • Última atualização em 16 de março de 2020, às 10h17

Diversas vezes a dramaturgia da Globo colocou personagens de uma novela dentro de outra, em um crossover, em termos atuais. E fazer a sequência de um folhetim também não é uma coisa inovadora, a emissora já fez isso algumas vezes com outras tramas, até mesmo com a atual de Malhação. E é o que pode ser conferido com a estreia, no dia 30, em Nos Tempos do Imperador, que vai entrar no lugar de Éramos Seis, que é a continuidade da história iniciada em Novo Mundo, ambas com a assinatura da dupla Alessandro Marson e Thereza Falcão.

Talvez essa seja uma tendência, ou não, mas a mesma tática é usada em séries como The Crown, sobre a vida da família real britânica. O que vai estar na tela é uma parte da história do País, com o imperador D. Pedro II percorrendo o Brasil e sua mulher Teresa Cristina mostrando os valores nacionais ao mundo.

Feitas por essas quatro mãos mágicas, a trama de Novo Mundo se desenvolve em um país ainda em formação, em busca de identidade, vendo nascer um império. Agora, o novo folhetim registra uma nova fase do Brasil, com um imperador empenhado em transformá-lo em nação, unido de norte a sul.

De acordo com a autora Thereza Falcão, a ideia é contar uma outra fase da história da realeza. “Aqui, estamos vendo um D. Pedro mais jovem, lidando com questões difíceis para ele, como a escravidão e depois a Guerra do Paraguai”, conta ela, revelando que será apresentado um Pedro II pouco conhecido. “Vamos mostrar que ele tem uma vida anterior que foi muito importante para chegar aonde chegou.”

“Quando a gente fala do imperador do Brasil, pensamos em Pedro II e o trabalho que ele fez e deu muito certo, conseguindo manter o País desse tamanho unido, o que não foi possível em outros países da América Latina”, afirma o parceiro de escrita Alessandro Marson.

A dupla explica que, em cada uma das tramas que agora se unem, há um marco histórico específico, o ápice dramatúrgico. Em Novo Mundo foi a questão da Independência do Brasil, agora a história vai convergir para a Guerra do Paraguai. Na verdade, como afirma Thereza, “Nos Tempos do Imperador tem uma continuidade, mas é bem diferente de Novo Mundo, que tinha muita fantasia, os piratas, essa agora é mais pé no chão, já fala de um Brasil que está se consolidando, mais rural, com fazendeiros”, conta a autora. Para ela, enquanto Novo Mundo era mais urbana, na capital do império, essa agora abre para um outro lado, tem conflitos mais contundentes.

Muitos dos personagens na trama fazem parte da nossa história, como Duque de Caxias (Jackson Antunes), Barão de Mauá (Charles Fricks), José de Alencar (Alcemar Vieira), e a Condessa de Barral (Mariana Ximenes), grande amor de Pedro II. Além da imperatriz Tereza Cristina, interpretada por Leticia Sabatella.

Como os autores explicam, muitos desses personagens, de cunho histórico, caso de D. Pedro II, têm extensas bibliografias, o que não ocorre com Teresa Cristina, já que existe pouco material sobre ela. Por isso mesmo, a ficção sobressai, tendo de usar mais imaginação para compor a personagem.

Mesmo assim, Sabatella se esmera em montar um perfil que respeite a força e a luta de uma mulher criada no poder, casada com o imperador do Brasil, mas com seus problemas pessoais andando junto, como é o caso do amor de seu marido pela Condessa de Barral, mãe de Leopoldina (Melissa Nóbrega/Bruna Griphao), e Isabel (Any Maia/Giulia Gayoso), que vão refletir a educação recebida por essa mãe pensadora e ativa.

Mas, como imperatriz, ela se empenha em conseguir realização em sua vida, honrando o cargo que ocupa e que respeita, tem fé nele. “Essa mulher tem sim de lidar com problemas de cunho pessoal, mais mortais e humanos, mas ela tem toda uma identificação com o Brasil. Ela nasceu na Itália e aqui foi uma inspiradora para a imigração italiana e, mais do que isso, foi promotora de arte, e incentivou a ciência”, explica Letícia ao falar da personagem.

Para a atriz, Teresa Cristina foi uma mulher com uma visão de futuro, sendo responsável pela aquisição de numerosas peças clássicas que formaram o Museu Nacional, no Rio. “Ela tem um olhar para o Brasil de quem está procurando sua história e cultura, ela tem a função de reavivar essa força cultural. Ao provar que valoriza o produto brasileiro, ela leva, por exemplo, Carlos Gomes a Milão. Ela exerce esse função de imperatriz de forma magistral.”

Em Nos Tempos do Imperador, o lado cantora de Leticia Sabatella vai ser útil na sua interpretação da imperatriz Teresa Cristina, que também gostava de cantar, e a atriz afirma que está se empenhando no canto lírico. “Eu estou podendo estudar um pouco, vou cantar, dentro do que conseguir aprender, tenho que praticar muito”, acrescenta.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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