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Ator

Murilo Rosa celebra momento de maturidade artística

Na novela global 'Salve-se Quem Puder', o experiente ator vem se destacando na pele do denso e amargurado Mário

Por TV Press

26 de fevereiro de 2020, às 07h48

Sempre que está prestes a entrar em uma novela, Murilo Rosa volta à rotina de exercícios que boa parte de seus personagens exige. Para surpresa do ator, o amargurado Mário de “Salve-se Quem Puder”, chegou para quebrar esse paradigma.

Na trama de Daniel Ortiz, Rosa interpreta um homem que precisa lidar com grandes perdas na vida. “A esposa o abandonou no passado. Ele sofreu um acidente e precisa usar uma cadeira de rodas. E, por fim, acha que sua filha, Luna (Juliana Paiva), está morta. Ele precisa ser forte para superar essas situações, mas não sabe como fazer isso”, explica.

Foto: Divulgação / TV Globo
Sem ter de mostrar qualquer atributo físico, o ator focou no estofo e nas emoções ao viver um dos tipos mais dramáticos de sua carreira

Sem ter de mostrar qualquer atributo físico, ator está vivendo um dos tipos mais dramáticos de sua carreira. “É um personagem que acompanha minha maturidade como ator. Faço 50 anos em agosto e, pela primeira vez, interpreto o pai de uma mocinha adulta. É uma oportunidade de mostrar outras faces da minha atuação”, valoriza.

Natural de Brasília, Distrito Federal, Rosa mudou-se para o Rio de Janeiro assim que se decidiu pela carreira de ator. Sua primeira aparição na tevê foi na Manchete, onde estreou em “74.5: Uma Onda no Ar”, de 1994.

Na extinta emissora, fez seus primeiros trabalhos de destaque: “Xica da Silva” e “Mandacaru”, sua primeira trama como protagonista, uma aposta do renomado diretor Walter Avancini. “Avancini era um gênio da tevê. Foi um encontro profissional que definiu o crescimento da minha carreira”, conta o ator, que em seguida foi para a Globo e não saiu mais.

Foto: Divulgação / TV Globo
Rosa interpreta um homem que precisa lidar com grandes perdas na vida

Pelo porte físico e cara de bom moço, virou galã de produções como “A Casa das Sete Mulheres”, “Desejo Proibido” e “Araguaia”, entre outras”. Rosa garante que nunca se incomodou com o posto de herói, mas que é saudável fazer outras coisas no vídeo. “Adoro quando me chamam para fazer algo que me tira do lugar-comum. Amo os mocinhos e devo muito a eles, mas mudar de vez em quando faz um bem danado. Estou feliz com essa densidade toda do Mário”, assume.

Você está acostumado a viver o herói romântico nas novelas. Cheio de amargura e em uma cadeira de rodas, o que o Mário agrega à sua trajetória na tevê?

Murilo Rosa

Acho que esse papel me traz maturidade cênica. Quando o Fred (Mayrink, diretor) me chamou para a novela, me disse realmente que seria um personagem diferente dos que tenho feito na tevê. Isso me deixou muito empolgado. Embora tente sair do esquema de galãs, é meio complexo deixar esse posto.

Em que sentido?

Murilo

Amo todos os meus mocinhos. Sei que eles têm uma função muito nobre dentro da história, mas chega uma hora que a mudança é mais que necessária. Ao longo do tempo, fiz coisas “fora da curva”, mas logo depois vinha um convite legal para viver um herói romântico. Não sou de recusar trabalhos e adoro estar entre amigos.

Então, é uma função que está sempre rondando certos atores. No cinema e no teatro eu já consigo ter mais controle sobre isso. Na tevê, ainda estou no processo. Mas olha que legal, é a primeira vez que faço o pai de uma jovem.

O Mário sofreu um grave acidente e se movimenta com o auxílio de uma cadeira de rodas. Como foi se adaptar a esse tipo de locomoção?

Murilo

Aluguei uma e fiquei andando dentro de casa. Mas, próximo de gravar, evitei utilizar porque realmente queria colocar no vídeo o estranhamento do personagem com as limitações provocadas pelo acidente. Seria muito estranho ele já começar a trama craque na cadeira de rodas (risos).

A porção “chef” de cozinha do personagem foi mais complexa para se preparar então?
Murilo Muito. Sou péssimo cozinheiro. Realmente, é um sacrifício e meio que já entendi que não é a minha praia, sabe? Até aquelas coisas bem básicas eu tenho dificuldades (risos). Mas acho que o grande segredo para viver um “chef” é apreciar a boa cozinha, com todos os sabores e temperos. E isso eu realmente sei. Adoro comer!

Sua única novela das sete foi “Bang-Bang”, de 2005. É uma faixa que não desperta tanto seu interesse?

Murilo

Pelo contrário. Sempre fui telespectador das novelas das sete. Adoro esse tom de comédia romântica presente em muitas produções do horário. Acho que é questão do acaso mesmo. Meus primeiros trabalhos de maior destaque foram às seis: “Força de um Desejo”, “A Padroeira”, “O Cravo e a Rosa”. Depois fiz séries na linha de shows e novelas das oito. Só não fiz mais coisas às 19h porque não me chamaram (risos).

Além dos trabalhos na Globo, desde 2017, você também é protagonista de “Rio Heroes”, série da Fox. Os canais fechados são um bom negócio para atores que querem fazer produções mais ousadas?

Murilo

Acho que isso já foi uma certeza no passado. Hoje, a tevê aberta tem investido mais em séries de ação, atrás de um público que foi se perdendo. Pratiquei luta na juventude e ninguém nunca me convidou para nada do tipo na tevê. Quando os produtores de “Rio Heroes” me chamaram, fiquei muito fascinado.

Preparação da voz

“Salve-se Quem Puder” está apenas começando, mas Murilo Rosa já está cheio de planos para quando terminar de gravar a atual trama das sete. O principal deles é o espetáculo teatral “Barnum”, sucesso da Broadway nos anos 1980 e que também inspirou o longa “O Rei do Show”, onde Rosa interpretará o papel de o protagonista P. T. Barnum, precursor do mercado circense ao redor do mundo. “O projeto é maravilhoso e tem canções lindas. Não vejo a hora de começar a preparação”, conta.

A história de Rosa com o universo musical tem se intensificado cada vez mais. Nos últimos anos, ele viajou o país apresentando o musical “Entusiasmo”, onde celebrava sua história na tevê a partir das canções que foram temas de seus personagens em séries e novelas.

Além disso, também participou da primeira temporada do “reality” de famosos “Popstar”, em 2017. “É sempre um risco mostrar uma outra faceta nossa. Canto porque gosto e me sinto bem. O carinho do público e o surgimento de convites de trabalho me fazem ver que é um caminho a investir”, explica.

Por dentro dos bastidores

A curiosidade de Murilo Rosa por outras funções dos bastidores do mundo artístico cresceu junto com sua necessidade de contar histórias em que acredita. Depois de atuar em cerca de nove filmes na última década, Rosa agora quer também ser produtor de cinema. “Cinema é algo muito trabalhoso de se fazer. Tenho essa ideia há alguns anos e agora estou colocando em prática”, conta.

A estreia do ator como produtor será no longa “Se Correr o Bicho Pega, Se Ficar o Bicho Come”, baseado na peça homônima criada por Ferreira Gullar e Oduvaldo Vianna Filho.

“Fiz essa peça, em 2002, ao lado da Leandra Leal. Geraldo Carneiro se interessou pelo projeto e devo contar com a experiência do pessoal da Globo Filmes. O roteiro está passando por tratamento ainda e acho que em breve começamos a filmar”, garante.

Instantâneas

# Antes de começar a atuar, Murilo Rosa cursou alguns semestres de Educação Física.
# Foi durante a faculdade que ele chegou a competir em dois campeonatos mundiais de tae-kwon-do.
# Disposto a investir na televisão, em 1993, trocou Brasília pelo Rio de Janeiro.
# Rosa é casado, desde 2007, com a modelo Fernanda Tavares. Os dois são pais de Lucas e Arthur.

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