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Perfil

Johnny Massaro: a matemática do humor

No ar como Geraldinho de “Filhos da Pátria”, Johnny Massaro valoriza a precisão da comédia na tevê

Por TV Press

18 de novembro de 2019, às 18h26

Na pele do alienado Geraldinho de “Filhos da Pátria”, Johnny Massaro não tem dúvidas: é justamente no humor que se sente menos seguro. Não chega a ser uma questão de preferência pelo drama, longe disso. Mas o carioca de 27 anos garante: fazer rir depende de mais do que técnica ou talento. “A comédia parece mais difícil, tem muito a ver com precisão. É quase uma matemática. Mesmo reconhecendo que estou tendo mais oportunidades no gênero, o humor me deixa um pouco mais inseguro do que o drama”, assume.

Na série exibida às terças-feiras pela Globo, Geraldinho é um jovem um tanto inconsequente e amante da subversão ideológica. Fora da ficção, seu intérprete se mostra um jovem politizado e engajado nas redes sociais. E tem sempre uma visão crítica pronta para ser apresentada sobre os assuntos que são questionados.

Foto: Jorge Rodrigues Jorge / Carta Z Notícias
Johnny Massaro

“A primeira sensação que eu tenho do Geraldinho é que ele é esse tipo de pessoa que não consegue transferir o olhar para o outro. É tudo absolutamente voltado para ele mesmo, para suas próprias necessidades. É um personagem muito condizente com o agora. Se colocar no lugar do outro é algo que anda muito esquecido”, dispara, em tom de lamentação.

Nesta nova leva de episódios – a primeira temporada foi exibida há dois anos, em 2017 –, Johnny entrega que algumas questões ganharam tintas mais fortes. “É mais direto ao ponto, até porque a situação atual do Brasil exige abordagens mais diretas, apesar do humor dar uma leve maquiada. O trabalho está mais maduro em muitos sentidos, tanto pelo Bruno (Mazzeo, autor) quanto por nós, atores, revisitando papéis que já fizemos”, analisa.

SÉCULO SEGUINTE

Quando estreou na grade da Globo, em setembro de 2017, “Filhos da Pátria” era ambientada em 1822, com a independência do Brasil recém-proclamada. Para a segunda temporada, Bruno Mazzeo decidiu transportar todos os personagens para o século seguinte, mais precisamente em 1930, enfrentando a fase pós-Velha República e o começo da Era Vargas.

“O chocante é perceber como as coisas não mudaram. Ou, no máximo, mudaram muito pouco. Temos discursos maravilhosos colocados na roda, como o feminismo e o racismo. E, ao mesmo tempo, a gente lida até hoje com tudo isso”, reconhece.

Viagens no tempo

As gravações da segunda temporada de “Filhos da Pátria” terminaram há cerca de quatro meses. E, pelo menos até agora, não há uma certeza sobre um próximo ano da produção. Bruno Mazzeo, no entanto, já tem ideia de onde a família Bulhosa poderia chegar em uma nova viagem no tempo: ao Século 20, na construção de Brasília.

“Uma das grandes maravilhas dessa série, para mim, é justamente o diálogo muito aberto com o autor. Ele é o mais animado de todos”, diz Johnny, que garante que já ouviu conversas sobre possibilidades para a história no futuro, sem revelar exatamente o teor delas.

Uma coisa é certa: Johnny espera que o futuro reserve dias melhores para o País, saindo da inércia política e social tão explorada pela série. Otimismo, aliás, não falta em seu discurso.

“A revolução começa muito na gente mesmo. A partir dos nossos pensamentos, palavras e ações. Se eu não acreditar, nunca vai acontecer. Mas, é claro, acreditar sozinho não vai adiantar muita coisa”, reflete. Sua tática para ajudar é tentar contagiar outras pessoas com a mesma energia.

Instantâneas

# Johnny Massaro começou sua carreira em 2005, atuando na novela “Floribella”, da Band.
# Em 2014, Johnny ganhou seu primeiro protagonista, o engenheiro agrônomo Ferdinando em “Meu Pedacinho de Chão”.
# Entre a primeira e a segunda temporada de “Filhos da Pátria”, Massaro interpretou o Príncipe Rodolfo de Montemor em “Deus Salve o Rei”, em 2018.

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