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Deborah Secco celebra volta à comédia

Atriz interpreta a divertida Alexia – ou Josimara, como a personagem se identifica atualmente em "Salve-se Quem Puder"

Por TV Press

16 de março de 2020, às 08h52

Deborah Secco coleciona papéis de mocinhas e vilãs nos folhetins, mas entrega: estava na hora de enfrentar uma rotina mais leve, depois de 30 anos de carreira. O que, na linguagem dos atores, normalmente significa se aventurar na comédia. Daí a nítida satisfação por interpretar a divertida Alexia – ou Josimara, como a personagem se identifica atualmente em “Salve-se Quem Puder”, trama das 19h da Globo.

Outro ponto acabou se tornando uma vantagem para Deborah no folhetim. Desta vez, ela divide o posto de protagonista com Juliana Paiva, que vive Luna/Fiona, e com Vitória Strada, a exagerada Kiara/Cleyde no texto de Daniel Ortiz.

Foto: Divulgação / TV Globo
Em 30 anos de carreira na tevê, foram poucos os períodos em que Deborah Secco ficou fora do ar

“Se você tem cenas dramáticas sozinha, aquela carga fica toda em você. Aqui, não. A gente acaba dividindo todos os momentos, seja, eles mais cômicos ou não. É um conforto”, avalia. E garante: nunca interpretou uma personagem tão parecida com si própria. “Eu evitava isso antes, mas agora resolvi aceitar”, conta.

Na primeira semana de “Salve-se Quem Puder”, chamaram atenção as cenas do furacão. Como foi gravar essas cenas?

Deborah Secco

Foi o máximo. O engraçado é que o Daniel (Ortiz, autor) ia visitar a gente e falava “nossa, não imaginei que isso daria tanto trabalho”. A gente teve momentos muito difíceis. Foram 17 dias molhados. Mas eu confesso que, no primeiro dia em que fui gravar em uma piscina com ondas de um parque aquático, voltei para casa chorando de emoção. Falei: “gente, estou realizando meu maior sonho de criança, me sentindo em Hollywood”.

É uma coisa grandiosa, vem um negócio que gira o carro, você fica brincando de montanha-russa… Teve um lado superdivertido. Fui em um brinquedo da Disney que tinha um carrinho que ia passando pelas produções de efeitos especiais e, do nada, vinha uma onda gigante, coisas assim. Foi exatamente dessa forma que eu me senti gravando esse furacão. Estava realizando sonhos.

Você veio de outra novela mais densa, “Segundo Sol”. “Salve-se Quem Puder” explora um universo completamente oposto. Como você recebeu esse convite?

Deborah

Eu precisava muito dessa carga de humor que “Salve-se Quem Puder” tem. O que mais me atraiu quando me chamaram foi justamente saber que eu iria para esse universo leve, que iria brincar, me divertir enquanto trabalhava. De fato, eu vim de uma novela em que tive uma personagem maravilhosa, mas com uma história densa e que me desgastava demais. Queria mesmo voltar para a comédia.

Você fala que personagens cômicos trouxeram você para um lugar especial na carreira. Que papéis foram esses?

Deborah

Ah, teve a Darlene, de “Celebridade”, que era uma personagem que me permitia brincar bastante e foi um grande sucesso. Talvez o maior que já tive! Depois, em “Louco Por Elas”, pude também exercer isso, ficamos três anos ali, experimentando. Eu gosto desse clima, me divirto. Tenho, agora, um autor que escreve uma comédia pronta. A gente só precisa se preocupar em não estragar.

Em “Salve-se Quem Puder”, você divide o posto de protagonista com a Juliana Paiva e a Vitória Strada. Como você lida com isso?

Deborah

Eu tenho as duas quase como minhas filhas. Não por me sentir velha, mas me vejo na obrigação de cuidar das duas, de ajudá-las, como outras pessoas fizeram por mim no passado. Eu nunca tinha trabalhado com a Ju e com a Vitória e foi um encontro genuíno. Sem forçar uma simpatia imediata, a gente foi, com as gravações difíceis e a coisa de gravarmos molhadas, criando muita empatia uma pela outra.

Descobrimos o quanto as personagens já eram cada uma de nós. Eu fico encantada com a Juliana, todo dia falo isso para ela. Que mulher profissional, dedicada, linda, enfim, concentradíssima, muito empenhada em fazer o trabalho dela! E a Vitória veio com uma energia tão louca que ela virou a Kyra. Ela cai, se machuca e tudo que pode dar errado acontece com ela. Ela traz alegria para a personagem de uma forma intensa, só dela.

Por mais que fossem universos diferentes, “Segundo Sol” também mostrava um personagem em busca do estrelato que, depois de sua suposta morte, se tornava famoso. Você chegou a ter alguma sensação de “déjà vu”?

Deborah

Até você me falar, eu não tinha criado essa associação. Acho que pela Karola ser tão diferente da Alexia. Com a Karola, eu falava que estava vivendo meu extremo oposto. E talvez a Alexia seja a personagem que mais se parece comigo, entre todas que já fiz. Sou realmente uma pessoa um pouco intensa, já fui meio namoradeira, gosto muito de comer, então ela brinca com coisas muito minhas. Essa é a primeira vez em que estou aceitando interpretar um pouco eu.

Isso incomodava você antes?

Deborah Secco

Eu sempre tentei levar as minhas personagens para um lugar mais distante de mim, até para me permitir atuar mais. Só que a Alexia tem características que são tão minhas e ficava impossível negar. Não dá para comer diferente, por exemplo. Eu sei tenho essa obsessão por comida e ela também tem. Além disso, a proposta de “Salve-se Quem Puder” é muito inspiradora.

“Salve-se Quem Puder” – Globo – Segunda a sábado, às 19h25.

Na flor da idade

Aos 40 anos, Deborah Secco sabe que, durante um bom tempo, seguirá encarnando mulheres mais novas que ela na televisão. Afinal, aparenta ter bem menos idade no vídeo.

Em “Salve-se Quem Puder”, garante, a idade não chega a ser uma questão. Até porque na sinopse não havia nada definido quanto a isso. Analisando os momentos de vida em que as três mocinhas estão, no entanto, a atriz consegue imaginar o quão distantes estão em relação à idade. “Lendo, eu penso que elas têm tipo uns cinco anos de diferença cada. Mas a personagem da Juliana é a mais nova, apesar da Vitória ser a caçula das três, com apenas 23 anos”, conta.

Fora dos estúdios, o trio tem se aproximado cada vez mais. Não tanto quanto gostaria, mas o suficiente para que os laços fiquem estreitos a ponto de aumentar a cumplicidade em cena. “A nossa vontade era ter mais tempo, mas a rotina de gravações não permite. De qualquer forma, já conseguimos nos juntar em casa, jantar, enfim, criamos uma parceria que é visível na novela”, entrega.

Caracterização destacada

Durante pouco mais de um mês de gravações, Deborah trabalhou com o visual que apareceu nos primeiros capítulos de “Salve-se Quem Puder”. Porém, quando a personagem foi inserida no programa de proteção a testemunhas e precisou mudar radicalmente a própria vida, foi necessário também marcar uma transformação física. Para isso, ela alongou os fios e ficou ruiva.

“Me transformar a cada trabalho é maravilhoso. Foi por isso que escolhi ser atriz! Gosto de emprestar meu corpo para viver as minhas personagens”, garante.

Na verdade, Deborah aproveita essas alterações no visual para encontrar novas referências para seus papéis. Em “Segundo Sol”, por exemplo, ela chegou a raspar a cabeça. A mudança culminou também em uma nova fase emocional de Karola, sua personagem na trama de João Emanuel Carneiro.

Agora, em “Salve-se Quem Puder”, a essência de Alexia se mantém quando ela assume a identidade de Josimara. Mas é também outra etapa. “É muito bom ver e entender quem será essa personagem. E desvendar a personalidade por meio dos cabelos, por exemplo”, enumera.

Instantâneas

# A estreia de Deborah Secco em novelas aconteceu em 1990, na Globo, em “Mico Preto”. Na época, ela tinha apenas 10 anos.

# A atriz se tornou mais conhecida quando, em 1994, interpretou a espevitada Carol em “Confissões de Adolescente”, série produzida pela TV Cultura.

# Em 1995, Deborah fez par romântico com Selton Mello na novela “A Próxima Vítima”, da Globo. Na época, popularizou o bordão “socorro”.

# Deborah é casada com Hugo Moura, o Daniel de “Malhação: Toda Forma de Amar”.

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