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Memórias

Daniel Ortiz destaca o humor de ‘Salve-se Quem Puder’

Segundo ele, produção tem o mesmo humor que o fez sonhar com a carreira de autor de novelas na década de 1980

Por TV Press

26 de janeiro de 2020, às 08h33

Para Daniel Ortiz, “Salve-se Quem Puder” tem um “quê” de nostalgia de sua infância. Aos 47 anos e em seu terceiro trabalho como autor principal na Globo, ele garante que enxerga no folhetim a mesma veia cômica que o cativou na década de 1980, quando era fã das novelas escritas por Silvio de Abreu e dirigidas por Jorge Fernando.

“Comecei a assistir com uns 8 ou 9 anos. A primeira foi ‘Jogo da Vida’, de 1981, que tinha o Jorge Fernando entre os diretores. Aí teve ‘Guerra dos Sexos’, dois anos depois. Foi a partir da experiência com essas histórias, como telespectador, que falei para a minha mãe que queria escrever tramas como aquelas”, recorda.

Foto: Jorge Rodriguez Jorge / Carta Z Notícias
Daniel Ortiz

Na história, as mocinhas Luna, Kyra e Aléxia, vividas por Juliana Paiva, Vitória Strada e Deborah Secco, presenciam um crime quando estão em Cancún, no México, cada uma por um motivo. As três, que não se conheciam até então, são dadas como mortas pela polícia ao entrarem em um programa de proteção a testemunhas. E, com isso, precisam mudar completamente suas vidas e deixar de lado seus principais sonhos, que estão prestes a serem realizados.

“Será que o que você deseja para a sua vida é o que realmente vai fazer você feliz? A vida é feita de escolhas que podem determinar destinos. Essas três mulheres vão colocar em xeque esses sonhos. Esse é o mote da novela”, resume.

Como é a sua rotina de trabalho?

Daniel Ortiz
Antes, eu tinha o hábito de escrever de madrugada. Mas, há alguns anos, sigo uma rotina de começar às 11h30 e ir até a hora de dormir, por volta das 2h da manhã. Quando acabo de escrever um capítulo e vou deitar, não tenho ideia do que será o próximo. Mas sei que, na hora que eu sentar e colocar uma música, a inspiração aparece. O processo fica mais fácil quando tem a música para cada personagem. Conforme escrevo, vou trocando as músicas de acordo com os núcleos.

Além da comédia, sua principal aposta nesse trabalho é no romance?

Ortiz
Acho que as comédias românticas são um pouco características nos meus trabalhos. Mas “Salve-se Quem Puder” vem com algumas pitadas de aventura, principalmente nessa primeira semana, em que quase tudo se passa no México. As três mocinhas estão lá, cada uma por uma razão e com um sonho diferente aparentemente prestes a se realizar.

Só que um furacão, que está indo em direção ao Caribe, muda de rota quando duas delas chegam em Cancún. Esse desastre natural, misturado com a trama policial que acontece ali, reserva uns bons momentos de ação.

Como foi propor um furacão para a Globo?

Ortiz
Eu morei um período no México, bem naquela época em que houve os piores furacões, todos com nomes de mulher: Katrina, Rita, Wilma… Então, sempre tive uma curiosidade de abordar isso em uma novela. Mas como fazer isso se não temos esses fenômenos no Brasil? Criei essa sinopse, aprovaram e o Fred teve de se virar.

Foi feito um investimento muito alto para os efeitos especiais: em computação gráfica, em tempo, em dinheiro e em profissionais envolvidos nessa sequência de cenas. As atrizes ficaram gravando durante um mês embaixo de água, porque quando o furacão se aproxima, lá pelo capítulo dois, já começa a chuva.

De onde surgiu a ideia de abordar um programa de proteção a testemunhas?

Ortiz
Em “Alto Astral”, a personagem da Monica Iozzi entrava no meio da história e era rica. Ela tinha direito a uma herança de um tio que, para receber, deveria provar que merecia. E a tarefa era viver uma vida simples, durante um ano, em outra cidade e assumindo uma nova identidade. Na época, eu pensei: “nossa, isso daria uma novela”. Daí surgiu essa opção do programa de proteção e eu montei as três personagens, até chegar na Kyra, na Luna e na Alexia. Isso é muito abordado no cinema americano, mas no Brasil a gente não está acostumado a ver.

As três mocinhas devem enfrentar diversos momentos prestes a serem reconhecidas. São nesses riscos que estarão os principais pontos de comédia?

Ortiz
A que mais se entrega, por ser atrapalhada, é a Kyra. As outras duas sabem se esconder melhor nas personagens que são criadas para elas. Porém, as três, em algum momento, acabarão cruzando com pessoas que podem reconhecê-las. Essa é a brincadeira da novela. Aos poucos, um ou outro acaba descobrindo e o cerco vai se fechando. A gente joga os riscos que elas correm na comédia, é claro. Mas, em alguns momentos, serão riscos de verdade, que darão viradas na novela.

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