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Streaming

Bruno Gagliasso prepara dois projetos na Netflix

Por Agência Estado

10 de dezembro de 2019, às 07h00 • Última atualização em 10 de dezembro de 2019, às 11h41

Se algum produtor estiver interessado em ter o ator Bruno Gagliasso em algum trabalho, terá de esperar até 2021 – o próximo ano já está comprometido com dois projetos de série da Netflix, um totalmente brasileiro e outro em coprodução internacional. Cada um deverá ocupá-lo um semestre de 2020. “Embora distintos, os dois trabalhos trazem mensagens que são muito importantes para mim hoje”, conta Gagliasso que, em outubro, encerrou um ciclo de 18 anos de contrato contínuo com a Globo. A partir de agora, cada projeto (seja novela ou série) será discutido separadamente.

“Houve uma sincronicidade”, explica o ator. “Eu estava disposto a escolher meus próximos trabalhos e a Globo entendeu isso. Concluído o desenlace, apresentei uma proposta à Netflix, que não só aprovou como me convidou para também participar de outro projeto.”

A empresa e o ator ainda não revelam detalhes dos trabalhos, o que deverá acontecer no início de 2020. Há, porém, algumas pistas. O trabalho que terá apenas produção nacional nasceu de um argumento escrito por Gagliasso, baseado em um fato real. “Mesmo assim, a história terá um perfil ficcional, contando com detalhes que realmente aconteceram”, explica ele, que espera a definição da equipe criativa (direção, grupo de roteiristas, etc.) para dar o contorno final à primeira temporada da série, que terá inicialmente oito episódios.

A gravação deverá acontecer no segundo semestre e Gagliasso, além de atuar, também será o produtor executivo. “O fato de só cuidar da criação me encanta muito e, como se trata de um produto da Netflix, que oferece toda a temporada pronta, não há tanta preocupação com audiência”, explica ele, vivendo assim uma situação diversa da de uma novela de TV aberta, em que a trama pode sofrer alteração de percurso dependendo da resposta do público à história ou mesmo a determinados personagens que caem no agrado popular.

Se a série nacional será rodada no Brasil, a internacional, cuja produção começa no início de 2020, terá também cenas rodadas em outros países. Aqui, a primeira temporada contará com seis episódios e, além do português, será ainda falada em espanhol e inglês. E Gagliasso oficialmente estará presente apenas como ator. “Mas, como os projetos da Netflix são colaborativos, com a obra sendo criada em conjunto, sei que terei liberdade para opinar.”

Para o ator de 37 anos, embora distintos, os personagens que vai interpretar têm muitos pontos em comum. “São histórias diferentes, mas o discurso dos dois toca em assuntos que são globalmente discutidos e que me interessam muito estar engajado”, explica ele, cuja atividade contra ações racistas e de proteção aos animais, para ficar em apenas duas, é amplamente divulgada pelas redes sociais. Ele e sua mulher, a apresentadora e também atriz Giovanna Ewbank, orgulham-se da filha Titi e do filho Bless, crianças do Malavi que foram adotadas por eles. Também é notória sua atividade por causas sociais, como a luta contra o preconceito sexual e a defesa dos animais.

“Nesses dois trabalhos, farei pesquisas para me aprofundar nos papéis, o que sempre me deixa animado”, conta ele que, para viver o problemático Inácio, na novela Celebridade (2003), rapaz acusado pela própria mãe de ter matado o irmão, buscou explicações psicanalíticas na obra de Freud e Lacan. Outro desafio lhe ofereceu Júnior, personagem de América (2005), cuja homossexualidade era latente, especialmente no amor mal disfarçado por um funcionário da fazenda onde vivia, interpretado por Erom Cordeiro.

A paixão foi concretizada em um beijo – a cena foi gravada, mas não foi ao ar, por causa do temor de reação popular. “Chorei no dia em que não foi exibida e me revoltei: trabalho com arte, que pressupõe liberdade de expressão, e não posso deixar que suposições interfiram na criação”, conta ele, também orgulhoso de Edu, o serial killer da série Dupla Identidade (2014). “Papéis que me prepararam para os dois próximos trabalhos.”

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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