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Arte

Quadrinista de Santa Bárbara conquista premiação

Com obra que dialoga com a música e a poesia para tratar de opressões, quadrinista barbarense Amanda Miranda conquista o Prêmio Dente de Ouro 2019

Por Rodrigo Pereira

12 de junho de 2019, às 08h23 • Última atualização em 27 de abril de 2020, às 11h13

Foto: Amanda Miranda - Divulgação
Com 73 páginas, o quadrinho é uma publicação experimental que veio do interesse de Amanda pelo conceito de ritmo

A barbarense Amanda Paschoal Miranda conquistou o Prêmio Dente de Ouro 2019 na categoria Quadrinhos com o álbum independente “Hibernáculo”. A publicação concorreu com mais de 60 obras de todo o Brasil.

Referência no cenário alternativo, a premiação que ocorre na Dente Feira de Publicações, em Brasília, busca valorizar publicações independentes e autorais nas áreas de quadrinhos, poesia e fanzine e dá um incentivo financeiro de R$ 1 mil aos primeiros colocados.

Com 73 páginas, o quadrinho é uma publicação experimental que veio do interesse de Amanda pelo conceito de ritmo. Pesquisando sobre como ele funciona nas HQs, a artista o conectou às linguagens da música e da poesia. “Experimentei, através de preenchimento e vazio, o que seria uma experiência rítmica”, explica a barbarense.

“A história é sobre uma pianista chamada Augusta que está se preparando para tocar o concerto intitulado ‘Hibernáculo’. Nós acompanhamos os pensamentos dela nessa performance. E eu brinco com a palavra performance porque ela performa não apenas a música, como também a aparência. A HQ fala sobre se sentir oprimido mesmo dentro de um espaço supostamente livre”, detalha a autora.

Ela detalha que divide a linguagem entre o que é performado externamente e o que é sentido pela protagonista. “Escrevi o texto do fluxo de consciência da personagem como um poema. Um poema com mais de uma voz. Então, existe uma dualidade na obra inteira, entre o eu-externo e o eu-interno”, acrescenta. A quadrinista também optou por deixar aberto à interpretação a sensação de opressão. Assim, ele “pode ser entendido de acordo com o que o leitor preferir”.

A HQ é toda em preto e branco e tem motivos para essa escolha. Entre eles, Amanda cita as cores do teclado do piano e o conceito de dualidade no qual se aprofunda.

DESTAQUE. “Hibernáculo” já vinha ganhando destaque frente à crítica e em outros eventos. Todo desenhado digitalmente, já foi comparado à prosa de Oscar Wilde e à poesia de Hilda Hilst, já esteve exposto em eventos como a FLIP, FIQ e Bienal de Quadrinhos de Curitiba. Foi indicado por portais especializados em HQs nacionais como o site Vitralizado, Mina de HQ, Minas Nerds, Papo Zine, Quadro e o Risco, entre outros. O quadrinho está à venda em amandamiranda.iluria.com.

No currículo, a quadrinista, ilustradora, designer gráfico, editorial e de superfície de 23 anos ainda carrega trabalhos em arte visual para bandas como Francisco El Hombre e Liniker e os Caramelows, além de ilustrações para reportagens do The Intercept Brasil.

“Esse ano sairá uma história minha de 32 páginas minha para a coletânea TABU da editora MINO. Em 2021 sai minha graphic novel ‘Máquina Tropical Universal’, parceria com Simone Campos, pela Companhia das Letras. E é possível esperar mais coisas entre atos”, finaliza.

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