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Arte

Biblioteca recebe exposição de Ana Buriozi até o dia 31

Mesclando estilos, formatos e diferentes materiais, artista naïf transita de vitrais sacros a pinturas surreais de flores

Por Rodrigo Pereira

08 de outubro de 2019, às 07h47 • Última atualização em 27 de abril de 2020, às 09h51

Autodidata, Ana Buriozi não esconde a falta de faculdade ou curso na área, e nem precisa. A artista naïf transita naturalmente pelos gêneros e estilos, do cubismo ao surrealismo, materiais (madeira, vidro, pedras ou telas) e formatos (pinturas, artesanatos ou vitrais sacros) em suas produções, que ganham espaço na Biblioteca de Americana até o dia 31 de outubro, na exposição “As Cores e as Flores de Ana Buriozi”.

“Tem um lá que é bem surreal, uma flor com carinha de gente”, conta a artista, sobre uma das telas pintadas para a mostra. Em meio a pedras, mandalas e recortes de tecidos, ela também construiu uma peça especial para essa coleção, em homenagem ao aniversário da biblioteca, que será comemorado no próximo dia 25.

Fez pequenas miniaturas de livros com pedaços de madeira e as colou em uma tela, com uma frase de Ariano Suassuna que exalta a literatura. Essa obra foi doada ao espaço literário.

Foto: João Carlos Nascimento - O Liberal.JPG
Quadros da artista Ana Buriozi, que mostra versatilidade em criações

“Fiquei pensando: vou fazer o livrinho de madeira porque ele vai ter vários contextos em um só. Você pega a madeira bruta, faz o livro, que nem eu fiz o livrinho lá. A madeira faz o livro, as pessoas lêem. É um quadro que não tem um contexto só”, analisa.

Outra marca das criações de Ana é o reaproveitamento de materiais que por outras pessoas são considerados lixo. “Tem uns meninos que trabalham no Zanaga e há muito tempo eu fui lá e falei: ‘se chegar tela aqui, moldura, guarda para mim porque eu reformo tudo’. Lixo, pinto e fica ‘zerinho’”, garante.

Além do pensamento voltado ao ambiente, faz caridade doando artes para projetos sociais. “Vendo bastante, as pessoas encomendam. Mas não vivo de arte. Faço porque eu gosto. Vendo meus quadrinhos e às vezes até dou. Se ela [pessoa] gostou e não tem dinheiro eu até dou”, acrescenta.

E a percepção de sua obra não se dá apenas pelos olhos. Gosta de texturas, relevos, criar sensações de terceira dimensão.

Seus estudos mais recentes são voltados a caricaturas, as “telas para dar risada”. “Faz tempo que eu estou estudando. Primeiro eu crio elas na minha cabeça. Depois faço teste numa madeira e depois que fica boa passo pra tela”, explica.

Acontece: A exposição “As Cores e as Flores de Ana Buriozi” está disponível à visitação até 31 de outubro na Biblioteca Municipal de Americana (Praça Comendador Müller, 172, Centro). O espaço funciona de segunda a sexta, das 9h às 18h. A entrada é gratuita.

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