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Cultura

Após período morno, ‘Família é Tudo’ chega ao fim inspirada e recolocando horário das sete nos trilhos

Em vez de continuar desenvolvendo as tramas de forma dinâmica, a novela das sete passou um longo período engessada

Por Geraldo Bessa - TV Press

20 de setembro de 2024, às 09h29

Correndo para o fim, entre altos e baixos, “Família é Tudo” acabou por desperdiçar alguns de seus trunfos, como o vilão Hans, de Raphael Logam, que nunca chegou a desenvolver suas complexidades, - Foto: Divulgação

Feita na medida para a faixa das sete, “Família é Tudo” teve um início promissor ao reunir diversas referências históricas do horário de forma leve e moderna. A azeitada parceria entre o autor Daniel Ortiz e o diretor Fred Mayrink se refletiu na inspirada escalação de atores e boas soluções cênicas para sequências importantes, que ajudaram a sedimentar a produção e recolocar a audiência nos trilhos depois da fraca repercussão de “Fuzuê”.

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Com audiência estabilizada acima dos 20 pontos no ibope, o autor Daniel Ortiz resolveu relaxar. Em vez de continuar desenvolvendo as tramas de forma dinâmica, a novela das sete passou um longo período engessada, onde nada de muito interessante ou original acontecia. A atitude, é claro, refletiu em um natural desinteresse do público e ainda apresentou um declínio na construção técnica das sequências comandadas por Fred Mayrink.

Aos poucos, entretanto, “Família é Tudo” resolveu voltar a se movimentar. Com um último mês especialmente inspirado, a trama conseguiu de forma coerente e divertida retomar seu mote inicial com o retorno de Frida, interpretada por Arlete Salles, a avó por trás da corrida pela herança que centraliza o enredo. Embora os netos Vênus, Júpiter, Andrômeda, Electra e Plutão, papéis de Nathalia Dill, Thiago Martins, Ramille, Juliana Paiva e Isacque Lopes, respectivamente, ainda não soubessem que, na verdade, a matriarca sempre esteve por perto, as sequências envolvendo o quinteto e a experiente atriz roubaram a cena por conta do alto grau de emoção. Com a relação mais harmoniosa entre os irmãos já presente, Ortiz passou a definir os destinos individuais de cada personagem sem enrolação. O resultado, embora atrasado, foi revigorante para a trama.

Embora Vênus seja a principal em meio ao multiprotagonismo e Dill seja sempre muito funcional e dedicada ao trabalho, outras personagens femininas acabaram por ter mais destaque no enredo. No drama, os dilemas e a superação de Electra entregaram a densidade perfeita para a trama. Depois de passar cinco anos presa por um crime que não cometeu, a mocinha continuava pelo caminho da ingenuidade cega, a ponto de não conseguir enxergar que Jéssica, a melhor amiga interpretada por Rafa Kalimann, é a grande responsável por todos os seus tropeços.

Já o posto de mocinha romântica ficou a cargo de Lupita, papel de Daphne Bozaski. Cópia descarada e divertida do clássico latino “Betty, a Feia”, a personagem evoluiu a partir de antigos estereótipos e foi se estabelecendo por conta do bom desempenho de Daphne. Com isso, ainda ajudou Júpiter a ter um desenvolvimento mais interessante.

Correndo para o fim, entre altos e baixos, “Família é Tudo” acabou por desperdiçar alguns de seus trunfos, como o vilão Hans, de Raphael Logam, que nunca chegou a desenvolver suas complexidades, e a própria Arlete Salles, que poderia ter tido mais destaque em papel de gêmeas. Nem fracasso e nem sucesso retumbante, a trama serviu para colocar a faixa das sete em um bom caminho.

“Família é Tudo” – Globo – de segunda a sábado, às 19h20.

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