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Entrevista

Aos 58, Cao Hamburger tem uma alma jovial

Prestes a se despedir da reprise de “Malhação – Viva a Diferença”, Cao Hamburger valoriza o público jovem em “As Five”, do Globoplay

Por Caroline Borges / TV Press

20 de janeiro de 2021, às 10h13

Cao Hamburger mantém uma atualização constante de suas visões de mundo. Com uma carreira sólida na tevê e no cinema voltada para o público jovem, o autor de 58 anos está sempre atento às mudanças e transformações das gerações.

Hamburger, que é conhecido por criar obras clássicas como o seriado “Castelo Rá-Tim-Bum”, viu que em um curto espaço de tempo tudo pode mudar para a atual geração de jovens adolescente. Por isso, embalado pelo o sucesso de “Malhação – Viva as Diferenças”, o autor engatou dar uma sobrevida ao elenco do folhetim.

Na série “As Five”, original Globoplay, o quinteto de protagonistas volta ao vídeo com dilemas do início da vida adulta. “É uma geração interessante, bem informada, consciente dos problemas do mundo e solidária. Acho que o público se identificar muito com as histórias, criadas com base em vivências reais que ouvimos. A série tem muita emoção, drama e humor, afinal, a vida é dramática e engraçada ao mesmo tempo”, defende.

Além da série “As Five”, Cao conseguiu matar as saudades das cinco protagonistas também através da reprise de “Malhação – Viva a Diferença”. A novela voltou ao ar por conta do adiamento da temporada inédita de “Malhação Transformação” em virtude das medidas de isolamento social.

Para o autor, o enredo segue bastante atual com a realidade do País. “Os valores que tratamos nessa obra são os mesmos que o país precisa para superar este momento tão difícil. Falamos da riqueza que existe na convivência das diferenças”, valoriza.

Para Cao Hamburguer, o enredo de “As Five” segue bastante atual com a realidade do País – Foto: Divulgação – Globo

Como surgiu a ideia de criar um spin-off de “Malhação – Viva a Diferença”?
Cao Hamburger Através das redes sociais, o público pedia muito por uma continuação, mesmo bastante tempo depois de “Malhação – Viva a Diferença” terminar. Então, para viabilizar o projeto, pensei em uma forma de fazer algo diferente com elas, e veio a ideia de mostrar as personagens em outro momento da vida, não ser uma continuação direta.

De que forma essa passagem de tempo influenciou na história?
Cao Foi ótimo porque abordamos a idade que as atrizes têm agora. Chamei as cinco para conversar antes de começar a escrever e usei vivências delas como fonte de pesquisa para a série. Nas primeiras conversas que tive com as protagonistas, lembramos da essência das personagens e de como elas seriam na idade adulta. Pedi para elas fazerem um esforço de zerar o registro de interpretação das personagens adolescentes. Acho que, para elas, foi mais difícil do que se fossem personagens novos.

Por que escolheu o início da vida adulta para abordar na série?
Cao É uma fase da vida interessante, quando o jovem vira adulto e precisa lidar com outras questões. São as mesmas personagens de “Viva a Diferença”, mas em outro registro. O estilo de filmagem, a interpretação, a abordagem dos temas, tudo agora é diferente, de acordo com a linguagem de série e o momento em que elas estão. Essa é uma geração bem interessante.

Como assim?
Cao Eles são bem informados, conscientes dos problemas do mundo e solidários. Esses jovens querem trabalhar com o que gostam de fazer e para o bem comum, mas a crise econômica e social chegou com força e muitos precisam abdicar disso. Os jovens de hoje também sofrem com o lado negro das redes sociais, o que gera ansiedade e frustração. Na série, falamos disso através da história da Tina, que é digital influencer.

Quais foram as diferenças em adaptar uma história que nasceu no formato das novelas para uma série de 10 episódios?
Cao Como são poucos episódios, a dramaturgia tem que ser mais precisa, a direção e a interpretação também. Cada cena tem que contar mais, então cada detalhe é mais importante. Por outro lado, o público de uma série com poucos episódios não gosta quando você entrega a história mastigada, com todos os passos. O público gosta de preencher lacunas da história por si. Quer fazer parte da construção da narrativa. Por isso temos mais tempo para gravar cada cena, precisamos chegar nessa precisão maior.

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