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Televisão

Aonde a F1 está

De volta ao posto de comentarista de automobilismo, Reginaldo Leme exibe paixão e fôlego de iniciante

Por Geraldo Bessa - Tv Press

14 de maio de 2021, às 22h19

Bem articulado e muito experiente, Reginaldo Leme se orgulha de ser uma referência quando o assunto é automobilismo. - Foto: Divulgação

Cobrindo a Fórmula 1 desde o final dos anos 1960 e comentarista mais famoso da categoria, Reginaldo Leme decidiu, em 2019, que era hora de se aposentar – até porque a Globo estava com uma cobertura cada vez mais minguada das corridas – nos últimos tempos, não mostrava sequer o pódio. Estava vivendo dias mais calmos até que acabou seduzido pelo projeto de revitalização da programação esportiva da Band, que incluía a aquisição dos direitos dos principais campeonatos de automobilismo.

Com espaço para contar seus “causos” e vivências, Leme exibe fôlego de iniciante ao retornar à rotina agitada dos estúdios e transmissões. “Me sinto rejuvenescido, com a empolgação dos primeiros anos de carreira. O convite da Band foi irrecusável e acho que o automobilismo merece esse destaque na tevê aberta”, valoriza.

Natural de Campo Grande, capital do Mato Grosso do Sul, Leme tinha pouco mais de 20 anos quando foi estudar Jornalismo em São Paulo. Recém-formado, foi contratado para a editoria de Esportes do jornal “O Estado de S. Paulo”, onde se dividia entre futebol e Fórmula 1. As corridas acabaram conquistando o jovem que, no final dos anos 1970, já era um dos principais jornalistas esportivos da Globo e acabou fazendo carreira como repórter e comentarista de automobilismo.

“Cobri Copas do Mundo e Olimpíadas, mas era nos bastidores da Fórmula 1 que eu me sentia realmente em casa”, conta. Ao longo da carreira, formou duplas com narradores do naipe de Luciano do Valle, Galvão Bueno, Oliveira Andrade, Cléber Machado, Luís Roberto e Sérgio Maurício. É com este último que Leme, do alto de seus 76 anos, volta a trabalhar na temporada 2021 da Fórmula 1, que a Band exibe com exclusividade na tevê aberta. “A gente se entende muito bem, respeitando o espaço e a contribuição um do outro. O público sente isso e o retorno é sempre muito bom”, analisa.

Depois de mais de quatro décadas de contrato com a Globo, você decidiu se aposentar no final de 2019. Como o convite da Band o convenceu a retomar a carreira?
Reginaldo A grandiosidade do projeto que a Band desenvolveu para o automobilismo brasileiro me deixou muito empolgado. Entrei para comentar a Stock Car e, de repente, me vi de novo diante da grande paixão da minha vida, que é a Fórmula 1. O jornalismo esportivo é uma tradição dentro da emissora e ver o alto investimento dela no segmento me dá vontade de fazer parte disso.

E como tem sido essa volta ao trabalho?
Reginaldo Estou muito feliz. Pela primeira vez, trabalho com uma equipe 100% apaixonada e comprometida com o automobilismo. E ganhei mais espaço dentro das transmissões. Estou cobrindo esta área há muitos anos. Então, quero falar sobre a história da modalidade e fatos curiosos que presenciei. Com uma transmissão mais ampla, tenho essa possibilidade.

Como avalia as mudanças na Fórmula 1 ao longo de tantos anos acompanhando os bastidores da competição?
Reginaldo Observei mudanças substanciais ao longo das primeiras décadas de trabalho. De 2000 para 2010, entretanto, as diferenças se estabilizaram mais. Entretanto, é uma categoria que é feita para evoluir. É onde surgem as ideias e as tecnologias que, anos depois, saem das pistas e ganham as ruas. É assim desde 1950. O que acontece hoje é a busca por uma equalização de forças para que a corrida movida por tecnologia e dinheiro continue justa.

Nos anos 1980 e 1990, o Brasil era um forte mercado consumidor de corridas e produtos ligados à Fórmula 1. Acha que a ausência de um piloto brasileiro na competição diminuiu o interesse do público?
Reginaldo A categoria tem uma audiência fiel até hoje. Acho que, muito mais que pilotos brasileiros, o que sustenta essa paixão pela Fórmula 1 são os ídolos que se formam, como Ayrton Senna, Michael Schumacher, Fernando Alonso e Lewis Hamilton, que é o atual. São pilotos que sedimentaram e mantiveram a base de fãs desse esporte. De qualquer forma, torço muito para surgir um brasileiro que novamente se destaque no automobilismo.

A Globo não chegou a um acordo sobre os direitos da temporada de 2021 e a exibição da Fórmula 1 na tevê aberta quase foi prejudicada. Qual a importância da Band seguir transmitindo a competição para um público mais abrangente?
Reginaldo É a valorização de um produto com grande público e anunciantes interessados. Seria um desperdício não investir nessa transmissão. O Brasil tem uma vantagem enorme em função dos horários das corridas em relação ao fuso dos outros países. Temos tudo a favor e que bom que a Band acertou esse contrato.

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