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Maturidade conquistada

Ao celebrar 20 anos no GNT, ‘Superbonita’ mantém essência

Relação com o corpo e com a autoestima ganha cada vez mais importância na produção

Por Márcio Maio - Tv Press

13 de outubro de 2021, às 08h14

Com apresentação de Taís Araújo, relação com o corpo e com a autoestima ganha cada vez mais importância no programa - Foto: Divulgação

No primeiro episódio da temporada especial de 20 anos do “Superbonita”, Taís Araújo já deu o recado: “O que antes era beleza e tratamento, virou saúde e bem-estar”. Não que as conversas de antes beirassem sempre a futilidade – e nem daria, pela própria seleção das apresentadoras. Na verdade, o programa sempre abriu espaço para que mulheres falassem sobre algumas questões pertinentes do universo feminino. Mas o mundo mudou muito nos últimos anos e foi necessário dar mais profundidade a alguns temas. A relação com o corpo e com a autoestima ganha cada vez mais importância. E a produção do GNT se mostra antenada com esse movimento.

Algo que funcionou muito bem foi a inserção de trechos de entrevistas antigas com as convidadas que gravaram para a atual temporada. Em 2021, Grazi Massafera pode, por exemplo, analisar sua postura em 2005, quando era apenas uma aspirante a atriz e vice-campeã do “Big Brother Brasil 5”. A menina ingênua se transformou em uma das atrizes mais disputadas da Globo e isso é perceptível na segurança que, hoje, demonstra ao ser entrevistada.

Luana Xavier, que há apenas dois anos estava envolvida pela musculação, não conseguia promover uma readaptação alimentar em sua vida. Agora, a situação é o extremo inverso e o bate-papo cria a chance de desmitificar algo: a atriz se sente à vontade para criticar a “romantização” da obesidade, mas também rejeitar a “demonização” dos gordos. O suficiente para mencionar que, ao perder um pouco de peso, venceu um obstáculo aparentemente simples para a maior parte das pessoas: amarrar o cadarço dos próprios tênis, algo que antes, conta, não conseguia fazer.

Percebe-se que o discurso não é para estabelecer um padrão, mas sim estimular as mudanças que se construam de dentro para fora nas mulheres. Ou seja, não se render a padrões pré-estabelecidos pela sociedade e fazer com que a mulher aceite suas formas do jeito que elas são. No entanto, se for de fato da vontade dela, estimular essa busca por uma transformação sem que isso aconteça por pura pressão externa. As discussões, aliás, se mostram cada vez mais ricas ali. Carol Solberg, jogadora de vôlei de praia, tocou num ponto curioso: ao parar de jogar para engravidar e, depois, retomar as atividades, voltou com cerca de 80% de sua pontuação no ranking.

A objetificação do corpo feminino também já entrou em pauta nesta temporada. Mariana Maduro, advogada e professora, sofreu assédio e foi filmada fazendo ioga na Lagoa, bairro nobre do Rio de Janeiro. O caso ganhou repercussão no ano passado e foi abordado por Taís agora, que convidou Mariana para falar sobre o assunto. Uma amostra de que essa reinvenção do “Superbonita” tem tudo para render debates que englobem até mesmo assuntos bem polêmicos, mas fundamentais para que a sociedade evolua. E, pelo que Tais demonstrou até agora, com o respeito, cuidado e a seriedade necessários para isso.

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