Interrompidas desde março, as aulas nas redes de ensino deverão voltar a ser presenciais a partir de 8 de setembro, conforme anunciou o governo estadual nesta quarta-feira. O retorno será dividido em três etapas. A primeira terá escolas com até 35% dos alunos, com revezamento de estudantes durante a semana e sob rígidos protocolos de segurança sanitária.

A volta dependerá do estágio dos municípios em relação aos critérios do Plano São Paulo. Para a primeira etapa, será preciso que todas as regiões do Estado estejam na fase amarela do plano por pelo menos quatro semanas.
Na segunda etapa, a previsão é que até 70% dos alunos possam voltar às escolas. Isso só ocorrerá se ao menos 10 dos 17 Departamentos Regionais de Saúde do Estado permanecerem por 14 dias consecutivos na fase verde, quando academias também já podem funcionar. A última etapa, de retorno de todos os alunos, dependerá de que ao menos 13 dos 17 departamentos estejam por outros 14 dias na fase verde.

Ainda que as estratégias de retomada sejam definidas pelo governo de São Paulo, a flexibilização passa fundamentalmente pelo comportamento da população. A evolução para fases menos restritivas considera o avanço dos casos e a ocupação de leitos. Para que esses critérios tenham resultados positivos, é preciso que os cidadãos paulistas se isolem e evitem a propagação do contágio do vírus.

Mas o retorno às aulas presenciais é somente uma das etapas deste complexo processo de retomada na pandemia. Tão importante quanto garantir a segurança de alunos, professores, dirigentes escolares e familiares será também garantir a qualidade ou a acessibilidade de todos ao ensino – principalmente dos que ficarão em casa nas primeiras etapas do plano.

Existe o risco de, se não bem planejada esta volta, muitos terem um déficit ainda maior na aprendizagem, em um ano que poderá ser lembrado como perdido. São pelo menos dois meses para se planejar este retorno.