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Vírus que matou mais que a 1ª Guerra

Por Carlos Roberto Bertollo

09 de julho de 2020, às 08h19 • Última atualização em 09 de julho de 2020, às 08h20

Na segunda década do século 20, acontecimentos marcaram a história. Em 1910, a passagem do cometa Halley pela terra trouxe pânico. Em 1911, o avião era usado pela primeira vez como arma de guerra no conflito da Itália contra as tropas Otomanas. Em 1912, o Transatlântico Titanic naufragava no Oceano Atlântico Norte.

Em 1914, há a eclosão da Primeira Guerra Mundial e o avião passou a ser utilizado definitivamente como arma de guerra. Nossa Senhora de Fátima apareceu em Portugal em 1917 aos pastorzinhos Lucia, Jacinta e Francisco. Revelações e orações em prol da humanidade foram pedidas. Um ano após, soldados entrincheirados e civis vivendo em meio ao caos afrontam outro inimigo invisível, o vírus influenza. Na Espanha, por não participar diretamente no conflito, sua imprensa divulgava livremente a doença, enquanto outros países envolvidos na guerra a censuravam.

Assim a pandemia ficou conhecida como gripe espanhola. O primeiro caso notificado foi de um soldado nos Estados Unidos. Três ondas pandêmicas atacaram em 1918 e 1919. A primeira, ocorrida em fevereiro, embora contagiosa, era uma doença branda não causando mais que três dias de febre e mal estar. Atingiu os Estados Unidos e a Europa. A segunda, muito contagiante e hostil, atacou em agosto, devastando parte da humanidade. A terceira, de efeito moderado, atacou no início de 1919. A gripe chegou ao Brasil em setembro de 1918 através do navio Demerara que tinha saído da Europa.

Em nosso país, 35 mil pessoas pereceram, inclusive Rodrigues Alves, eleito presidente em 1918, falecendo em janeiro de 1919. Nos três estágios da gripe espanhola, um terço da população mundial foi infectada, vindo a falecer mais de 50 milhões de pessoas. Em quatro anos de guerra, 17 milhões de soldados e civis faleceram.

*Carlos Roberto Bertollo é estudioso da lenda de Ícaro e criador de réplicas de aeronaves

Colaboração

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