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Vírus da violência política

Por Maria Giovana Fortunato

29 de julho de 2022, às 06h50

Atos de violência política se espalham como vírus no Brasil neste ano tão importante de eleições. O assassinato do tesoureiro petista em Foz do Iguaçu (PR), Marcelo Arruda, pelo bolsonarista Jorge Guaranho, trouxe à luz um velho problema do Brasil cuja chamada polarização das eleições muitas vezes esconde, apesar da polêmica conclusão da investigação descartar crime político.

A polarização política sempre existiu no Brasil no pós-redemocratização. Por décadas tivemos dois partidos disputando com mais afinco a maioria dos votos para presidente, no caso PT e PSBD antes de 2018, para citar um exemplo. Neste período, fora alguns incidentes pontuais na campanha, nada comparado a um assassinato e bombas explodindo em atos políticos foram registrados.

Outro termo utilizado, a ultrapolarização, atribuído a esta eleição, também me parece pouco diante do que vem ocorrendo no País. Estamos mais próximos de terrorismo político. Este sim, historicamente presente em séculos de política.

Prudente de Morais, primeiro presidente civil do Brasil, foi alvo de atentado no Arsenal de Guerra, quando recebia as tropas que regressavam da Campanha de Canudo. Saiu ileso, mas um de seus generais foi morto ao defender o presidente. Em julho de 1930, o assassinato do governador da Paraíba, João Pessoa, pelo desafeto e adversário político João Dantas, serviu como estopim para a Revolução de 12 de outubro. Sem contar os inúmeros crimes cometidos pela Ditadura Militar (1964 a 1985) no Brasil.

Nossa cultura de violência política tem altos e baixos. Parece um vírus. Fica incubado por longos períodos, mas sempre volta. Para que seja extinto, a vacina – uma mistura de educação, empatia e muita democracia – deve ser cada vez mais aprimorada. Só assim esse vírus letal não fará mais órfãos no futuro.

Maria Giovana Fortunato é vice-presidente estadual do PDT e sanitarista.

Colaboração

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