“Um eterno aprendiz”. Quanta sabedoria contida em curta frase. Gonzaguinha foi um dos grandes nomes da música popular brasileira. Exímio poeta que convertia em acordes e melodias os mais belos hinos de amor à vida. O que somos todos nós, senão eternos aprendizes na infindável galeria do tempo?

Ora caminheiros errantes, ora convictos de onde nossos passos irão chegar. Mas aprendendo sempre. A cada pausa para o descanso. A cada novo recomeço.

Todos aprendemos uns com os outros. Os mais jovens com os mais experientes, os pais com os filhos – crianças que dão uma verdadeira aula de como agir em certas situações – sobretudo nas questões relacionadas ao computador. Embora seja este apenas um dos assuntos que dominam com maestria.

São capazes de absorver a informação em curto espaço de tempo. Vieram ao mundo com uma capacidade incrível de reter informações e com uma inteligência acima da média. Alguns se revelam pequenos notáveis e surpreendem os adultos quando lhe são dadas as oportunidades para expor aquilo que sabem.

Gonzaguinha já dizia nesta mesma canção: “eu fico com a pureza da resposta das crianças”. Lembrei-me de uma propaganda.

Na cena, a mãe alheia ao ambiente, saboreando um suco de frutas, enquanto o pai estava de queixo caído ao observar a destreza de seu filho ao piano. Não tinha a criança mais do que 3 anos. Em questão de segundos dedilhou uma bela canção. O pai no final das contas ficou com cara de “ah é”. Não conseguia atinar para seu filho tocando daquela maneira, com tanta habilidade.

Aprendamos a olhar para dentro de nós, enxergando e desalojando o homem velho que lá repousa há muito tempo. Aquele que é resistente às mudanças e não vai em busca daquilo que precisa para que sua existência faça algum sentido. “Viver, e não ter a vergonha de ser feliz. Cantar e cantar e cantar. A beleza de ser um eterno aprendiz”.

Katya Forti é pedagoga e escritora.