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Pelas Páginas da Literatura

Três livros com metalinguagem

Blog Pelas Páginas da Literatura recomenda obras que falam sobre literatura; veja indicações

Por Marina Zanaki

31 de agosto de 2021, às 09h07 • Última atualização em 31 de agosto de 2021, às 09h08

Obra “S” é composta pelo livro “O navio de Teseu”, pelas conversas de dois leitores escritas nas margens e por objetos deixados soltos entre as páginas - Foto: Divulgação

Você já leu um livro sobre livros? No post da semana passada, resenhei “O Mar Sem Estrelas”, de Erin Morgenstern, que homenageia o ato de contar histórias. Inspirada por esse lançamento que tanto me agradou, trago indicações de obras com metalinguagem. Todas elas usam a literatura para falar sobre literatura.

“S.”, por J.J. Abrams e Doug Dorst: a obra “S” é composta pelo livro “O navio de Teseu”, pelas conversas de dois leitores escritas nas margens e por objetos deixados soltos entre as páginas, como fotos, cartões postais e cartas. Mistura entre um jogo e um livro, essa obra idealizada pelo cineasta J.J. Abrams (de Lost) e desenvolvida pelo escritor Doug Dorst dá um nó na cabeça.

Além de linda, é uma obra extremamente original que faz uma homenagem ao livro enquanto objeto. Ele é repleto de enigmas, alguns com respostas, outros não. Portanto, existem diversas teorias na internet sobre “S”. Recomendo a leitura para quem está em busca de algum desafio e está disposto a mergulhar na obra.

“A Sombra do Vento”, por Carlos Ruiz Záfon: primeiro livro da série “O Cemitério de Livros Esquecidos”, ele me tocou de uma maneira muito especial. Em seu aniversário de 11 anos, Daniel percebe que não se lembra mais do rosto da mãe, já falecida. Para amenizar a dor do pequeno, o pai o leva até uma biblioteca chamada Cemitério dos Livros Esquecidos, onde ele encontra o livro “A Sombra do Vento”, de Julián Carax.

Apaixonado pela obra, ele descobre que os livros desse autor estão sendo destruídos, e se engaja na missão de proteger os exemplares restantes. Záfon levanta perguntas em seu livro sobre a relação entre leitor, autor e obra. Até onde a relação entre um leitor e um livro pode ser profunda? Depois de publicado, um livro pertence aos leitores ou ao autor?

“A Trilogia de Nova York”, por Paul Auster: o escritor americano é nome de peso na atualidade quando se fala de metalinguagem. “A Trilogia de Nova York” é um livro composto por três histórias que se entrelaçam de formas inusitadas. Minha experiência de leitura dessa obra foi incrível. Fiquei muito envolvida e lembro de ter ficado levemente obcecada com o livro – exatamente como acontece com um personagem retratado.

“A Trilogia de Nova York” é, essencialmente, um suspense policial. Mas a forma como Paul Auster trilha os caminhos dos mistérios é inovadora. Trata-se de uma homenagem e releitura do gênero.

O blog Pelas Páginas da Literatura entra em uma breve férias em setembro. Contudo, sigo compartilhando minha rotina de leitura nesses dias de folga e dicas de livros na página do Instagram: @pelaspaginasdaliteratura.

Marina Zanaki

Repórter do LIBERAL, a jornalista Marina Zanaki é aficionada pela literatura e discutirá, neste blog, temas relacionados ao universo literário.