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Cotidiano & Existência

Travessia

"Aprendi também com esses tempos de pandemia que se precisa de pouca bagagem para navegar nos mares da existência", escreva a professora Gisela Breno

Por Gisela Breno

22 de dezembro de 2020, às 13h39

Levantei âncora, lancei velas e esperanças ao vento para iniciar a travessia e alcançar as águas de 2021.

Aprendi também com esses tempos de pandemia que se precisa de pouca bagagem para navegar nos mares da existência.

Remando contra a insana corrente daqueles que vão se reunir para celebrar o dia de Natal, quero fazer uma simples refeição tendo apenas como companhia a doce presença do Menino Deus, vindo ao mundo numa singela manjedoura.

Apertando uma de suas mãozinhas quero rezar pelo meu filho, meu neto, minha família e meus amigos, valiosos presentes que colorem minha alma, principalmente nos dias escuros e dolorosos do meu calendário.

Quero sentir na outra mão o calor do meu marido que já vive na glória da eternidade.

Porque sei que Sua presença iluminará minha jornada, atirarei ao mar mágoas, decepções, ingratidões, medos, desânimos e demais pesos insuportáveis da existência.

Na proa levo somente a fé, minha fiel companheira de tantas jornadas.
Não sei o que me espera na outra margem do rio.

Sinto que meus braços já não têm o vigor e a força de outrora para enfrentar as tempestades capazes de me jogar para fora do barco. Mas porque deixei o leme nas mãos do Senhor dos Mares, tenho certeza de que sobreviverei aos piores naufrágios.

Em tempo, e de coração, desejo-lhes um Santo Natal e um ano verdadeiramente novo!

Gisela Breno

Professora, Gisela Breno é graduada em Biologia na Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e fez mestrado em Educação no Unisal (Centro Universitário Salesiano de São Paulo). A professora lecionou por pelo menos 30 anos.