28 de março de 2024 Atualizado 18:57

8 de Agosto de 2019 Grupo Liberal Atualizado 13:56
MENU

Publicidade

Compartilhe

Artigos de leitores

Terrivelmente evangélico

Por Ailton Gonçalves Dias Filho e Jabis Ipólito de Campos Júnior

08 de maio de 2020, às 08h19

O presidente Jair Bolsonaro em uma cerimônia recente disse que pretende nomear para o STF (Supremo Tribunal Federal) um ministro que seja “terrivelmente evangélico”.  Esta, em outras tantas, é mais uma fala desconexa pronunciada pelo presidente. Aliás, a cada dia, ou final de semana, ele solta uma pérola. Percebe-se claramente que nossa democracia colocou no Planalto do Planalto alguém totalmente despreparado para o exercício da Presidência. Paciência. Este é o preço da democracia. A imprensa se diverte.

Diante da qualificação do suposto indicado (terrivelmente evangélico), comecei a refletir. Não precisamos de um ministro terrivelmente evangélico no STF. Precisamos, sim, de um ministro ético, comprometido com a Justiça. Precisamos, sim, de um ministro conhecedor e respeitador da Constituição Federal. Precisamos, sim, de um ministro que não se enverga aos interesses de grupos políticos. Um ministro que nos encha de orgulho pela seriedade com que trata os assuntos da nação. Um ministro competente por seu conhecimento das leis que regem nosso grande País e não somente por sua fé. A fé não deve ser usada como critério para a escolha de extrema importância. Há de ser reconhecer a importância da fé, mas, não para este tipo de escolha. Há muita gente de fé que passou pelos governos e não deixou nenhuma saudade. Alguns se encontram agora usando tornozeleiras eletrônicas. Infelizmente.

Não é de hoje que a Suprema Corte de nosso País tem deixado a desejar. A nomeação de mais um, só pelo fato de ser evangélico, não ajudará a nação. Quando Jetro, o sogro do grande líder hebreu Moisés, viu o peso sobre os ombros do mesmo, deu a ele um conselho sábio. Que Moisés escolhesse dentre o povo auxiliares que o ajudassem a levar a carga de liderar o povo rumo à nova terra. A qualificação deles é que deveriam ser “homens capazes, tementes a Deus, homens de verdade, que aborreçam a avareza”. ( Ex 18.21).

Precisamos de homens assim no STF. Evangélicos ou não! É isto!

*Ailton Gonçalves Dias Filho e Jabis Ipólito de Campos Júnior são pastores presbiterianos

Colaboração

Artigos de opinião enviados pelos leitores do LIBERAL. Para colaborar, envie os textos para o e-mail opiniao@liberal.com.br.