25 de abril de 2024 Atualizado 13:09

8 de Agosto de 2019 Atualizado 13:56
MENU

Publicidade

Compartilhe

Histórias do Coração

Tais e Rodrigo

A história do Rodrigo e da Tais é para aqueles que se permitem sonhar

Por Carla Moro

26 de dezembro de 2021, às 08h53

26 de junho de 2012

Eu fiquei muito feliz quando essa história chegou até mim na semana que precedia o Natal. Essa data, mesmo para aqueles que não são religiosos, deixa no ar uma sensação de que o amor é possível e que deve ser vivido com toda a sua força. O Natal carrega consigo o desejo de acreditar. Acreditamos mais nas pessoas, no poder dos encontros, na dimensão dos sonhos. A história do Rodrigo e da Tais também é para aqueles que
se permitem sonhar.

Tais e Rodrigo – Foto: Arquivo Pessoal

A data que aparece no início da coluna é a data em que esse casal se conheceu. Havia uma balada em Campinas, no shopping Parque Dom Pedro, dessas que mudam de nome sempre, como me disse o Rodrigo. Talvez muitos dos leitores tenham ido até lá em algum momento do início da vida adulta. A entrada ficava no estacionamento do shopping. O Rodrigo e a Tais se viram quando chegaram, ficaram juntos dentro da festa e depois se encontraram na hora de ir embora. Era uma quinta-feira. Trocaram telefones, mas quem mandou mensagem primeiro foi a Tais.

Antes do amor, carregamos conosco a ideia do amor. Com essa ideia, os sonhos vão sendo construídos quando encontramos alguém para dividi-los. Embora o Rodrigo e a Tais tenham se encontrado, naqueles primeiros anos, ele não pensava em se casar ou formar uma família. Estes eram os sonhos da Tais. Essa parte da história é importante porque nos mostra que, muitas vezes, os sonhos nascem no outro para depois crescerem também dentro de nós. O amor é que permite esse movimento.

Em 2014, o apartamento que o Rodrigo tinha comprado ficou pronto, mas como a vida tem essa mania de ser muitas coisas, menos aquilo que planejamos, ao mesmo tempo ele descobriu um câncer. Enquanto o Rodrigo fazia quimioterapia, a Tais se mudou para o apartamento para estar com ele e ajudá-lo no que precisasse. E ela nunca mais foi embora.

O Rodrigo se curou e, em 2017, eles se casaram. Mas, no início da coluna, eu disse que a história desse casal era da ordem dos sonhos. Ainda que o Rodrigo não tivesse o sonho de se casar e ter filhos, essa ideia foi sendo construída junto com a Tais. O desejo compartilhado é ainda maior que aquele que se deseja sozinho. Quando o primeiro médico disse ao Rodrigo que ele não poderia ter filhos, possivelmente por conta do tratamento para o câncer, esse casal pensou que talvez um dos sonhos precisasse ser deixado de lado.

Queremos sempre buscar razões ou justificativas para aquilo que nos acontece. Precisamos de explicações racionais para aquilo que não conseguimos entender, mas, às vezes, elas não existem. Depois de alguns exames, outro médico, outras possibilidades, em janeiro de 2020, eles descobriram que esperavam a Isadora e o Pedro.

É difícil compreender o que não é concreto, como um desejo muito grande ou um sonho que talvez já não fosse mais possível. E eu não sei o que é preciso para que os sonhos se tornem realidade, mas histórias como a do Rodrigo e da Tais nos permitem sonhar e nos mostram que, no fim das contas, o amor é sempre o primeiro passo na direção daquilo que desejamos muito.

Carla Moro 
Quer contar sua história? Me mande uma mensagem no e-mail abaixo:
colunahistoriasdocoracao@gmail.com

Carla Moro

Formada em Letras pela Unesp, Carla Moro faz neste blog um registro da trajetória dos casais! Quer sugerir sua história para a coluna? Envie um e-mail para colunahistoriasdocoracao@gmail.com