É cada vez mais notória a importância da cultura negra na formação da sociedade brasileira. O Brasil foi construído pelo suor e dor dos negros. No mês da Consciência Negra, lembrado em novembro, e em todos os outros dias, o mínimo que a gente espera é a valorização da pessoa negra e o reconhecimento da sua importante contribuição para nossa sociedade.

Infelizmente, negros e negras ainda sofrem com a pouca representatividade, o racismo e preconceito, muitas vezes velado e disfarçado de opinião ou brincadeira.

Antes de tudo, quero dizer que sou negra, e me solidarizo com a vereadora negra Paolla Miguel, vítima recente de racismo durante sessão na Câmara de Campinas. Paolla foi xingada de “preta lixo” em pleno mês que celebra a Consciência Negra. É importante lembrar que Campinas foi a última cidade do País a abolir a escravidão.

A pessoa que cometeu essa violência integrava um grupo que foi à câmara protestar contra a vacina anti-Covid-19. É compreensível que essas agressões aflorem na gestão do atual governo federal.

Um dos exemplos foi colocar Sérgio Camargo como presidente da Fundação Palmares, uma instituição símbolo do movimento negro. Camargo é negro, mas defende o fim do movimento e declarou que a escravidão fez bem para os negros.

O dia 20 de novembro, escolhido em 1978 para marcar o Dia da Consciência Negra, reforça a importância de a sociedade agir para combater o racismo.

O Sinsaúde, que tem entre os trabalhadores associados uma grande parcela de negros, promove a igualdade social e racial. Todos temos a mesma cor. Resistimos à escravidão e com certeza vamos resistir e triunfar com nossa cor, com nossa pele, em nossa busca pela igualdade social e racial. Eu sou negra, com muito orgulho.

Sofia Rodrigues do Nascimento é presidente do Sinsaúde