Depois de passar pelo desafio de lidar com a dura e altíssima demanda por atendimentos de pacientes com Covid-19 – doença que agora, felizmente, se encontra em plena queda de casos, internações e óbitos – o Hospital Municipal Dr. Waldemar Tebaldi se tornou pano de fundo de confusão e troca de acusações.

Como protagonistas, de um lado, o vereador Dr. Daniel (PDT) e sua esposa, a médica Adriana Cardoso, que passou a disparar contra a administração municipal e do próprio hospital depois que deixou a função de diretora técnica da unidade, cargo que ocupou por quatro meses. De outro, integrantes da gestão de Chico Sardelli, que atuam na rede municipal de saúde, especialmente no comando do hospital municipal.

O leitor, atento como de costume, claramente saberá identificar os últimos episódios dos entreveros entre tais personagens da política e da saúde local. Desnecessário enumerá-los.

Ao casal de médicos, seria muito mais eficiente e adequado que as denúncias que costumam fazer saíssem das redes sociais e fossem encaminhadas aos órgãos de investigação responsáveis, como o Ministério Público ou a polícia. Com o mínimo de indícios e provas relevantes de determinada suspeita de irregularidade, poderiam percorrer as vias adequadas para identificar os desvios e punir os envolvidos na medida de suas culpas.

Quanto à prefeitura, não há de se ignorar o que apontam o vereador e a médica, muito menos buscar o contra-ataque e o revanchismo. Se as acusações não procedem, a gestão pode tomar como uma forma de transparência rebater, ponto a ponto, o que dizem os acusadores. A Justiça é um caminho, mas a população também merece satisfação.

Só não é aceitável que a discussão sobre a saúde pública na cidade fuja do campo técnico para servir de palanque político, especialmente no período que vivemos, depois de uma grave crise sanitária.