A pandemia não está sob controle em Americana. Há dias o município vem assistindo a uma escalada preocupante da ocupação dos leitos, todos lotados e com ampliação dependendo de improvisos nas alas hospitalares. No Hospital Municipal Dr. Waldemar Tebaldi, as enfermarias registram dias consecutivos de ocupação acima de 100%. Sob controle?

A pandemia mata e contamina em um ritmo acima da média e próximo do pior cenário em Americana, como o LIBERAL tem mostrado insistentemente nos últimos dias. Junho terminará, muito provavelmente, como o mês com mais notificações de infecção pelo coronavírus na cidade.

Um recorde que pode ser pior se vier acompanhado das estatísticas igualmente altas e inéditas de óbitos. Junte-se a todo os números a situação das equipes de saúde, que há mais de um ano suportam o desgaste que é tratar uma doença sem remédio e fatal. Considere a circulação de variantes e a peculiaridade mais grave: nos piores meses da pandemia, vivemos como se ela sequer existisse, com pouquíssimas restrições e muitos motivados pela falsa sensação de segurança da primeira dose da vacina.

As restrições outrora adotadas e definidas pelo Estado em momentos de gravidade menor agora se tornaram meras recomendações que os municípios fingem não ver. A grande aposta em fiscalizações ou barreiras sanitárias é pouco para o quadro que se tem. Isso porque prefeitura ou polícia nenhuma são capazes de conter numa madrugada o comportamento imbecil dos milhares que ainda promovem festas e aglomerações, ou ignoram o uso da máscara em Americana e Brasil afora, onde as mortes se acumulam. Meio milhão de vidas perdidas.

Faça as contas e tente chegar ao “sob controle”. A imagem de aparente normalidade e a falta de um senso de urgência vão cobrar muitas vidas ainda nas próximas semanas. Não espere por novas restrições para se proteger.