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Santiago e N. S. de Fátima
Por Humberto Pinho da Silva, de Portugal
26 de julho de 2022, às 05h35
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Muitas vezes, quando estou na Povoa do Varzim, vejo passar peregrinos, que se dirigem para Santiago de Compostela. Alguns são idosos, outros, bastante jovens – quase adolescentes, – que caminham aos pares ou isoladamente, levando, em regra, a tradicional vieira.
Admiro a coragem dessa gente – quase todos estrangeiros, – que se aventuram a percorrer caminhos quase desertos, expondo-se à intempérie, aos salteadores e às frias nortadas, por lugares ermos e perigosos.
O governo da Galiza, a bem da sua terra, tem realizado convincente propaganda, difundindo e reavivando os antigos caminhos, que levam à catedral do santo. Certa ocasião, estando na esplanada de bar, na cidade de Aveiro, ouvi uma conversa do proprietário com um desses peregrinos, que vinha pedir a colocação de carimbo da firma, garantindo, assim, que passou por ali. Admirei-me que os “peregrinos” estejam interessados em tais carimbos!
Admirei-me, mas rapidamente me informaram estar na moda, e até é chique fazer tais “peregrinações.”
Soube, também, por jovens, que alguns fazem o percurso de carro, atravessando apenas as povoações a pé. Onde chega o esnobismo, a vaidade ou a ânsia de ser importante! Como se isso desse alguma importância!
Bem diferente são os peregrinos de Fátima, que caminham em grupo, rezando e cantando, palmilhando por atalhos e estradas, e muitos chegam ao santuário em lamentável estado de saúde.
São devotos de Nossa Senhora. Não colhem carimbos, nem se hospedam em hotéis, nem comem em restaurantes elegantes. Uns vão a Compostela para fazerem turismo, por estar na moda, enquanto os outros vão a Fátima para cumprir promessas e pedir graças.
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