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Cotidiano & Existência

Pra dizer que falei das flores

Por Gisela Breno

07 de setembro de 2021, às 11h14 • Última atualização em 07 de setembro de 2021, às 11h15

Caminhando, sofrendo e nem sabendo o hino de cor.

Não somos iguais nem tampouco estamos de braços dados tamanha a divisão que em entre nós se instalou.

A coisa aqui tá feia. Tem dias que a gente se sente como quem partiu ou morreu. A gente quer ter voz ativa no nosso destino mandar mas eis que chega a censura, mais do que viva, e manda nossa boca cerrar.

Meu caro amigo me perdoe, por favor, se eu não lhe faço uma visita mas a pandemia não dá trégua. Mando então notícias pelo WhatsApp, o oráculo de Delfos desses tempos sombrios.

Aqui na terra dos indígenas, sim dos indígenas, há um batalhão de gente em transe. Apesar de imersos na era do desenvolvimento tecnocientífico, na era digital, ainda tem brasileiros e brasileiras que seguem acreditando que não houve ditadura , que era somente uma doce extravagância publicar-se Camões, receitas culinárias nas primeiras páginas dos grandes jornais.

Também se recusam a tomar vacina sob a alegação de que nela existe um chip chinês infiltrado e para completar, ingerindo ivermectina aos montes, vociferam que a Terra é plana.

Na Câmara, no Senado sujeira pra todo lado.

Ninguém respeita a Constituição.

Mas todos acreditam no futuro da nação.

Que país é esse?

Que faremos para que nos sete de setembro que virão a bandeira verde, amarela, azul e branca seja de fato o lábaro de todos os brasileiros?

Não podemos permanecer na esperança do verbo esperar.

Como nos propõe o grande pensador da educação: ”É preciso ter esperança, mas ter esperança do verbo esperançar; porque tem gente que tem esperança do verbo esperar. E esperança do verbo esperar não é esperança, é espera. Esperançar é se levantar, esperançar é ir atrás, esperançar é construir, esperançar é não desistir! Esperançar é levar adiante, esperançar é juntar-se com outros para fazer de outro modo.”

Gisela Breno

Professora, Gisela Breno é graduada em Biologia na Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e fez mestrado em Educação no Unisal (Centro Universitário Salesiano de São Paulo). A professora lecionou por pelo menos 30 anos.