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Por que a sigla ESG é cada vez mais importante no desenvolvimento estratégico e por que adotá-la?

Vamos iniciar uma viagem por estas 3 letras que compõem o conceito de ESG: descubra mais sobre a letra "E" no artigo do Smart Tech

Por Eryvelton Baldin

17 de fevereiro de 2022, às 12h10 • Última atualização em 18 de março de 2022, às 14h56

Depois do surgimento e popularização das redes sociais, as empresas têm trabalhado arduamente para melhorar a sua imagem junto dos consumidores em todo o mundo. Uma parte significativa disso tem sido o desenvolvimento de declarações, ações e planos claros para minimizar ou eliminar danos a grupos marginalizados e ao meio ambiente. Todas essas ações, políticas, planos e grupos fazem parte da estrutura Ambiental, Social e de Governança (da sigla ESG em inglês que significa Environment, Social e Governance).

O ESG ganhou notoriedade desde que apareceu pela primeira vez em 2005 como resultado de uma iniciativa das Nações Unidas. As políticas, práticas e compromissos corporativos de ESG capturaram o interesse do consumidor e do mundo empresarial, pois muitos compradores não estão mais procurando contratar o fornecedor mais barato, mas agora procuram o fornecedor que causa menos danos, tem a posição mais clara sobre justiça social e antidiscriminação, e se compromete a continuar a melhorar os esforços para o meio ambiente e a sociedade.

Estamos agora enfrentando desafios claros de privacidade, poluição e justiça social. As empresas que desenvolvem, implementam e comunicam as práticas e políticas ESG mais fortes também são aquelas com os melhores resultados econômicos e capazes de chamar a atenção de investidores, mídia, clientes e parceiros.

Os investidores por sua vez, com o receio de mancharem sua imagem em virtude de práticas não ortodoxas das empresas nas quais depositam seu dinheiro, peneiram por empresas que demonstrem possuir a maturidade, responsabilidade e sustentabilidade de seus negócios nas frentes sociais, ambientais e de governança e compliance e isto acaba por mitigar seus riscos inerentes.

Cada letra da sigla representa um conjunto de ações a serem tomadas pelas empresas. Todos os três juntos devem ser vistos como compromissos sistematicamente incluídos na tomada de decisões, vinculados aos negócios da empresa e sua relação com o mundo ao seu redor, afinal uma empresa é um conjunto de recursos humanos (social), recursos ambientais (meio-ambiente) e recursos informacionais (governança e compliance) e deve ser gerida como um todo integrado.

Neste artigo, vamos iniciar uma viagem por estas 3 letras que compõem o conceito de ESG tentando desbravar e desmistificar um pouco esta filosofia de negócios. Para cada letra, há alguns temas fundamentais.

Vamos começar pela letra E (environment – ambiental). Para o ‘E’, as empresas realizam ações para diminuir seu impacto na natureza, seja reduzindo o consumo de água em suas instalações ou alterando a fórmula de um produto para que, ao descartá-lo, não polua as águas subterrâneas, por exemplo. Entre as macro questões que preocupam as empresas podemos encontrar:

  • Aquecimento global e emissões de carbono;
  • Poluição do ar e da água;
  • Desmatamento e exploração madeireira;
  • Energia renovável;
  • Gestão de resíduos;
  • Escassez de recursos naturais;
  • Biodiversidade;
  • Dentre outras questões.

Na prática, o pilar meio ambiente do ESG pode ser observado e gerenciado de diversas maneiras dependendo do ramo de atividade da empresa. Alguns dos principais fatores ambientais referem-se ao comportamento da empresa em questões centrais ou mais comumente observadas, como: o uso de fontes de energia renováveis, programa de gestão de resíduos e de recursos hídricos, controle da emissão de gases de efeito estufa, desmatamento e ações relativas às alterações climáticas.

O importante a se ter em mente é que as ações referentes ao fator meio ambiente precisam ser contextualizadas além das próprias empresas, envolvendo toda a cadeia de fornecedores onde elas estão inseridas.

Na nossa experiência, costumamos integrar as normas GRI do Global Reporting Institute como norteadoras do processo de implementação de uma cultura ESG. O GRI foi o primeiro framework criado e hoje é o mais utilizado no mundo. Inicialmente, seus objetivos eram fornecer às empresas indicadores de práticas ambientais responsáveis. Posteriormente, as métricas foram expandidas para incluir direitos humanos, governança e bem-estar social.

Hoje, independente do segmento em que uma empresa pertence, é essencial olhar para fatores externos sob uma visão sustentável e consciente, com o objetivo de atingir resultados transformadores e perenes. Esta é, em síntese, a visão promovida pela Sustentabilidade Corporativa através da cultura ESG.