Se a pandemia da Covid-19 foi capaz de afetar em proporções históricas os principais setores sociais, na educação ela pode ter provocado mudanças imensamente profundas, mas capazes de, num futuro brevíssimo, se tornarem positivas. É pensando em entender, debater e transmitir estas transformações que o LIBERAL publica neste domingo um conteúdo especial sobre o ensino e o que lhe reserva os próximos anos.

Como um dos principais desafios, soa fundamental recuperar o que muitos têm chamado de um “ano perdido”. Ainda que escolas e educadores tenham se prestado a um trabalho inédito e de merecido reconhecimento, que envolveu a continuidade do ano letivo de forma remota e digital, há de se buscar equiparar os níveis de aprendizados que em muitos alunos podem ter sofrido com a defasagem que o sistema online – ou até mesmo a ausência dele, em especial, nas escolas públicas – impôs neste 2020 atípico.

Uma defasagem ainda a ser identificada e compreendida, mas que pode se traduzir em índices de evasão maiores ou num acesso mais restrito ao ensino superior.

Por outro lado, a pandemia obrigou o ensino a uma adaptação tecnológica, e até mesmo a um envolvimento e conhecimento de ferramentas digitais, que podem vir a se tornar mais aplicadas ao dia a dia das salas de aula. Tal como o lápis, a caneta e o papel sempre foram as grandes formas de estímulo intelectual, não se pode renegar os computadores, tablets e celulares ao mero caráter de entretimento. Há possibilidade de aprendizado em alto nível em múltiplas plataformas.

Mas mesmo que as ferramentas sejam muitas e acessíveis, não se faz boa educação sem um elemento essencial: pessoas. Gestores responsáveis, professores capazes e alunos e famílias conscientes do papel do ensino são, com ou sem pandemia, os meios e os fins para o sucesso de uma sala de aula. Que em 2021, todos os caminhos sejam possíveis.