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Editorial

Perto do pé

Por Redação

31 de outubro de 2020, às 08h18

Mais um capítulo da disputa de narrativa em relação à vacina para o novo coronavírus (Covid-19) foi escrito nesta semana a partir de declaração do ministro da Economia, Paulo Guedes. Ao pisar no mesmo palco onde já estavam o presidente Jair Bolsonaro e o governador de São Paulo, João Doria, o homem que tem a chave do cofre no governo federal compreensivelmente tonificou o discurso de seu chefe, ao dizer que espera que o Estado pague pelo imunizante que será distribuído à população paulista, ainda que aguarde a validação do Ministério da Saúde.

Sabidamente, Guedes não tem a sensibilidade necessária para analisar contextos que extrapolam planilhas, assim como costumeiramente incorre no erro do paralelismo entre poder público e privado, descartando as nuances do primeiro para operar como se ainda estivesse no segundo.

Entretanto, a declaração mais recente do ministro da Economia sobre a vacina não causa surpresa exatamente. Ela é coerente. Coerente com a incoerência do modelo de ação que Brasília conduziu em meio à pandemia.
Para um estafe que primou por enfatizar reflexos periféricos ao mal representado pela Covid-19, em vez de enfatizar a prescrição que poderia ter poupado vidas entre as 157 mil perdidas no País, não poderia ser aguardado outro posicionamento senão este: cada um que corra atrás do seu e se imunize caso queira ou não – e caso o Estado onde mora possa pagar pela vacina.

O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, que inverteu brevemente essa lógica ao anunciar um acordo para a compra de 46 milhões de doses da vacina CoronaVac, produzida por um laboratório chinês e sob parceria com o Estado de São Paulo, logo foi repelido. Dizem que o fruto não cai longe do pé. Os integrantes de uma árvore na qual Bolsonaro está na copa corroboram essa ideia.

O Liberal

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