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Histórias do Coração

Paula e Renan

Muitas vezes, a diferença entre aquilo que queremos e precisamos, no momento da nossa escolha, é muito sutil

Por Carla Moro

14 de março de 2021, às 10h21

Uma vez, lendo sobre o amor, encontrei uma definição que se encaixa perfeitamente na história que vou contar hoje. M. Scott Peck, um famoso psiquiatra, definiu o amor como “a vontade de se empenhar ao máximo para promover o próprio crescimento espiritual ou o de outra pessoa”.

Ele afirmava que o amor é uma vontade que implica uma escolha: nós não temos que amar. Escolhemos amar.

A Paula escolheu amar o Renan e o Renan escolheu amar a Paula, e, muitas vezes, a diferença entre aquilo que queremos e precisamos, no momento da nossa escolha, é muito sutil. É preciso estar atento e de olhos bem abertos para saber escolher exatamente aquilo que precisamos.

Renan e Paula – Foto: Arquivo Pessoal

Em 2001, o casal da nossa história se conheceu em uma noite de forró universitário no Clube do Bosque. O Renan estava acompanhando um amigo que namorava a melhor amiga da Paula. O Renan sempre soube o que queria: casar, formar uma família, encontrar uma companheira que crescesse junto com ele.

Na Paula, ele encontrou o que precisava. E, geralmente, o que precisamos costuma ser muito melhor do que aquilo que queremos. Em 2001, a Paula não queria casar, nem formar família, tampouco namorar. Quando o Renan convidou a moça para dançar, ela ainda tentou se afastar. A Paula nunca gostou de forró, mas estar ali, naquele dia, era o que ela precisava para conseguir o que ainda nem imaginava querer.

A Avenida da Saudade separa dois bairros: a Vila Cordenonsi e o Jardim Santana. Seguindo uma linha reta a partir da casa onde a Paula morava com a família, só era preciso atravessar a Avenida da Saudade para chegar até a casa em que o Renan morava com os pais e o irmão. E eles nunca tinham se visto, até aquele dia no Clube do Bosque.

Foi na insistência do Renan que essa história começou. Ele se fez presente em todos os lugares onde a Paula estava. Ele sabia para onde deveria olhar se quisesse encontrar o amor que precisava.

Um olhar desatento vê nesse casal dois opostos: a Paula é séria e tímida, enquanto o Renan tem amigos em todos os cantos e fez da sua desenvoltura com o público um instrumento de trabalho. Mas eu disse logo no começo que é preciso estar atento e de olhos bem abertos para poder ver. A Paula vê no Renan muito daquilo que ela gostaria de ser.

O Renan viu na Paula, naqueles primeiros dias, a determinação de quem sabia para onde estava indo. A maturidade que a Paula me conta que veio com o casamento, o Renan já havia enxergado nela há vinte anos. Como dizer de opostos, se ambos se reconhecem na escolha?

A história desse casal pode não ter tido um pedido de noivado ou uma festa de casamento grandiosa, mas esses são só momentos. Dentre todos os momentos que formam uma história de vinte anos, o que é insubstituível? Aquilo que precisamos é insubstituível. Quando a Paula e o Renan encontram um no outro o que precisam, há o crescimento espiritual e mútuo que o Peck chamou de amor.

Na família, no voltar para casa todos os dias, nos dois filhos, há o que esse casal chama de amor. Amor é escolha. A Paula escolheu o Renan, e o Renan escolheu a Paula. E era apenas um do outro que eles precisavam.

Quer contar sua história? Me mande uma mensagem no e-mail abaixo:
colunahistoriasdocoracao@gmail.com

Carla Moro

Formada em Letras pela Unesp, Carla Moro faz neste blog um registro da trajetória dos casais! Quer sugerir sua história para a coluna? Envie um e-mail para colunahistoriasdocoracao@gmail.com